A Ucrânia precisa de mais armas e de um apoio diplomático mais forte para alcançar uma paz "justa" com a Rússia, defendeu, nesta segunda-feira (2), o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, durante a visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Kiev.
Scholz se apresenta como o chanceler da paz e defensor da moderação, buscando evitar uma escalada entre as potências ocidentais e a Rússia.
Em uma coletiva de imprensa com Scholz, Zelensky afirmou que os aliados da Ucrânia "só podem garantir a paz por meio da força, a força das nossas armas, da nossa diplomacia e da nossa cooperação".
"Para nós, é fundamental que a Alemanha, como líder, não reduza [o apoio] no próximo ano, incluindo o apoio financeiro", destacou o presidente, sublinhando a importância de conseguir uma "paz justa".
Durante a visita, Scholz afirmou que não se deve permitir que a Rússia "imponha à Ucrânia uma paz ditada".
Além disso, o chanceler alemão indicou que, no contexto dos esforços para alcançar "uma paz justa, equitativa e duradoura", nenhuma decisão deve ser tomada sem contar com Kiev, mantendo o lema "nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".
A Alemanha anunciou que fornecerá uma nova ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 683 milhões (4,1 bilhões de reais) durante esta visita surpresa de Scholz a Kiev.
"A Alemanha continuará sendo o principal apoio da Ucrânia na Europa", declarou o chefe de Governo alemão, que está em campanha para tentar a reeleição.
A visita anterior de Scholz à Ucrânia havia acontecido em junho de 2022, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, poucos meses após o início da invasão russa (em fevereiro do mesmo ano).
"Há mais de 1.000 dias, a Ucrânia se defende de maneira heroica contra a impiedosa guerra de agressão russa", enfatizou o chanceler alemão em um comunicado enviado à AFP por seu porta-voz.
A visita do chanceler alemão tem como objetivo expressar a "solidariedade" e o apoio de Berlim a Kiev, afirmou o porta-voz.
Zelensky insistiu no domingo que seu país precisa de armas e garantias de segurança por parte da Otan, antes de qualquer eventual negociação com a Rússia para encerrar o conflito armado.
A viagem de líderes europeus a Kiev acontece em um momento de grande tensão entre Moscou e as potências ocidentais, depois que a Ucrânia lançou mísseis americanos e britânicos contra o território da Rússia, que respondeu com um míssil hipersônico experimental.
Na semana passada, os apelos para o início de negociações com Moscou se tornaram mais intensos.