Subúrbio sul de Beirute após ataque israelense, em 26 de novembro de 2024
Ibrahim AMRO
Subúrbio sul de Beirute após ataque israelense, em 26 de novembro de 2024

O gabinete de segurança de Israel decidiu, nesta terça-feira (26), concordar com um cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano, após dois meses de  guerra aberta com o movimento islamista pró-Irã.

O primeiro-ministro de Israel,  Benjamin Netanyahu, anunciou o cessar-fogo do conflito no Líbano contra o Hezbollah, estimado em ao menos dois meses. Estados Unidos e França intermediaram o acordo, que deve entrar em vigor na quarta-feira (27).

"Caso o Hezbollah rompa o acordo e tente novamente se armar, atacaremos. Se tentar reconstruir a infraestrutura terrorista perto da fronteira, atacaremos. Se lançar foguetes ou se cavar túneis, nós atacaremos", afirmou Netanyahu, em pronunciamento na TV.

"Por que fazer uma trégua agora? Há três razões: se concentrar na ameaça iraniana, renovar as forças e reabastecimento completo. E digo a vocês abertamente, houve grandes atrasos no fornecimento de armas e munições, enquanto a terceira razão é separar as frentes e isolar o Hamas", continuou.

Israel continuava bombardeando até recentemente os redutos do Hezbollah, em particular nos subúrbios ao sul de Beirute. Na segunda-feira, pelo menos 31 pessoas morreram em todo o país, segundo as autoridades.

Israel e o movimento libanês, apoiado pelo Irã, entraram em guerra aberta no final de setembro, após meses de confrontos.

Israel pede cessar-fogo

O cessar-fogo vem depois de uma grande pressão mundial. O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, anteriormente afirmou que Israel "não tem desculpa" para recusar um cessar-fogo. E a ONU reiterou seu apelo por um "cessar-fogo permanente" no Líbano, Israel e também na Faixa de Gaza.

Segundo a vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Sharren Haskel, o gabinete de segurança se reuniu durante a tarde para discutir o acordo. "Acreditamos que chegamos ao ponto em que estamos perto", declarou John Kirby, porta-voz da Casa Branca.

Antes de fechar o acordo de cessar-fogo, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, advertiu que o país atuará "com força" em caso de violação por parte do Hezzbollah.

Guerra no Líbano

A guerra, que começou em outubro de 2023 entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza, se propagou para o Líbano há dois meses.

Dezenas de milhares de civis foram deslocados nas regiões fronteiriças do norte de Israel e do sul do Líbano.

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