Allison ROBBERT
O juiz a cargo do processo contra Donald Trump pela compra do silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels decidiu adiar por tempo indeterminado o anúncio da sentença do caso, o que representa uma vitória para o presidente eleito, que voltará à Casa Branca em janeiro.
O juiz Juan Merchan autorizou os advogados de Trump a apresentarem, antes de 2 de dezembro, um recurso para a anulação do processo, e, consequentemente, a suspensão do anúncio da pena.
Em 30 de maio, o republicano havia sido declarado culpado de 34 delitos graves neste processo judicial, depois que um júri determinou que ele manipulou de forma fraudulenta registros comerciais de sua empresa para encobrir um suposto encontro sexual com Daniels antes das eleições presidenciais de 2016.
Trump foi considerado culpado de pagar 130.000 dólares (cerca de 760.000 reais, na cotação atual) à estrela pornô. O objetivo do acobertamento teria sido evitar um escândalo sexual no final de sua campanha presidencial, quando ele derrotou a democrata Hillary Clinton.
Em um documento judicial, o promotor de Manhattan Alvin Bragg havia manifestado sua oposição a uma anulação pura e simples do processo, mas disse que o tema merecia análise, o que levaria a um novo adiamento da sentença, prevista para 26 de novembro.
Concordando com os advogados de defesa, Bragg admitiu que inclusive deveria ser considerada a possibilidade de congelar todos os processos "até o fim do mandato" do 47º presidente dos Estados Unidos.
Dos quatro processos penais contra Trump, este caso é o único que levou ao banco dos réus o candidato republicano às eleições presidenciais deste ano, as quais ele venceu em 5 de novembro.