Edifício atingido por bombardeio israelense em Beirute, em 18 de novembro de 2024
ANWAR AMRO
Edifício atingido por bombardeio israelense em Beirute, em 18 de novembro de 2024
ANWAR AMRO

Beirute fechou suas escolas nesta segunda-feira (18), um dia após os bombardeios israelenses no centro da capital do Líbano que mataram várias pessoas, incluindo o porta-voz do movimento pró-Irã Hezbollah, que está em guerra aberta contra Israel desde setembro.

O Exército de Israel bombardeou novamente várias áreas do sul do Líbano durante a madrugada, informou a agência estatal de notícias NNA.

As escolas "públicas e privadas e as instituições de ensino superior privadas com cursos presenciais permanecerão fechadas até terça-feira, inclusive", afirma um comunicado do Ministério libanês da Educação.

O sistema educacional no Líbano foi muito afetado pelos ataques israelenses contra o Hezbollah, porque muitas famílias foram obrigadas a abandonar suas casas e buscar abrigos em escolas.

O fechamento das escolas acontece um dia após a morte do principal porta-voz do Hezbollah, Mohamad Afif, em um bombardeio contra um bairro do centro de Beirute.

- "Chefe da propaganda" -

O Exército israelense, que dizimou nos últimos meses a direção do movimento islamista, confirmou que matou Afif, que chamou de "chefe da propaganda" da milícia xiita.

Afif era membro do Hezbollah desde o início dos anos 1980 e integrava o círculo íntimo do falecido líder Hassan Nasrallah, que morreu em setembro em um bombardeio israelense nos subúrbios do sul de Beirute, reduto do movimento islamista.

O Exército de Israel bombardeou o centro de Beirute duas vezes no domingo, com um balanço de seis mortos, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Afif morreu no primeiro ataque, contra o bairro de Ras al Nabaa, informou uma fonte das forças de segurança à AFP.

Israel, que começou em 30 de setembro operações terrestres no sul do Líbano, entrou em guerra aberta com o Hezbollah após um ano de confrontos na fronteira, iniciados pelo movimento armado em apoio a seu aliado palestino Hamas.

De modo paralelo, o Exército israelense prossegue com a ofensiva na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Os milicianos islamitas também sequestraram 251 pessoas e 97 continuam retidas em cativeiro em Gaza - o Exército considera que 34 foram mortas.

- Quase 3.500 mortos -

Apesar dos reveses infligidos a sua liderança, o Hezbollah reivindica ataques diários contra Israel e insiste que impede o avanço das tropas no sul.

Segundo as forças de defesa de Israel, quase 30 projéteis foram lançados do Líbano em direção ao norte do país nesta segunda-feira.

Mais de 3.480 pessoas morreram no Líbano desde 8 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde, a maioria desde 23 de setembro. Do lado israelense, 45 civis e 78 militares faleceram em 13 meses.

Na Faixa de Gaza, os bombardeios israelenses mataram pelo menos 60 pessoas no domingo, segundo a Defesa Civil do território, cercado e no limite de uma catástrofe humanitária.

O ataque mais violento aconteceu na madrugada de sábado para domingo em Beit Lahia, no norte, em um prédio de cinco andares: pelo menos 34 corpos, incluindo mulheres e crianças, foram retirados dos escombros e dezenas de pessoas continuam desaparecidas, informou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal.

Israel "nos bombardeou ontem à noite, destruíram completamente Beit Lahia", disse Omar Abdel Aal, um palestino deslocado, à AFPTV.

A guerra na Faixa de Gaza, que forçou o deslocamento de quase todos os 2,4 milhões de habitantes, deixou mais de 43.800 mortos, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, um número considerado confiável pela ONU.

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