Bombeiro tenta controlar incêndio após ataque com drone na Ucrânia, em 17 de novembro de 2024
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Bombeiro tenta controlar incêndio após ataque com drone na Ucrânia, em 17 de novembro de 2024

A já frágil rede de energia da Ucrânia sofreu um ataque russo em larga escala neste domingo (17), denunciaram as autoridades, com um balanço de pelo menos oito mortos e 20 feridos em todo o país.

"Um ataque massivo ao sistema de energia está em curso", alertou o ministro da Energia, German Galushchenko.

As forças russas estão "atacando as instalações de geração e transmissão de energia elétrica em toda Ucrânia", acrescentou o ministro.

A Rússia destruiu metade da capacidade energética da Ucrânia com os ataques de drones e mísseis em quase três anos de ofensiva, segundo Kiev.

A operadora de energia ucraniana, DTEK, relatou "danos graves" em algumas centrais termelétricas.

O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, classificou os bombardeios como "um dos maiores ataques" executados por Moscou.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que atingiu todos os alvos em um ataque massivo contra "infraestruturas de energia essenciais de apoio ao complexo militar-industrial ucraniano".

A Rússia lançou 120 mísseis e 90 drones. A defesa da Ucrânia conseguiu destruir 140 projéteis, anunciou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Os ataques, exacerbados pelas dificuldades da Ucrânia na linha de frente para conter o avanço do Exército russo no leste, acontecem em um contexto geopolítico global incerto desde a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

Cortes de eletricidade

A operadora DTEK anunciou "cortes de energia elétrica de emergência" na região de Kiev e em outras duas áreas no leste do país após os ataques

A energia elétrica e o abastecimento de água também foram cortados em alguns pontos de Odessa, uma grande cidade portuária no sul, segundo a prefeitura.

Até o momento, no entanto, é difícil calcular a magnitude dos danos.

A DTEK afirmou que este é o oitavo grande ataque contra suas centrais de energia desde o início do ano.

A Ucrânia pede ajuda aos aliados ocidentais para reconstruir a rede elétrica, um projeto que exige grandes investimentos, e mais equipamentos de defesa aérea para contra-atacar os bombardeios russos.

"Resposta" de Putin

A onda de ataques deixou pelo menos oito mortos e 20 feridos. Dois funcionários do grupo ferroviário público Ukrzaliznytsia faleceram no bombardeio que atingiu um depósito e três ficaram feridos, anunciou a empresa.

Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um ataque com mísseis contra a região de Lviv, no oeste, informaram as autoridades locais.

Um ataque com drone matou duas pessoas e feriu outras seis, incluindo duas crianças, em Mykolaiv, no sul do país, informou o serviço de emergência.

Outros ataques deixaram feridos em várias cidades, incluindo a capital Kiev, Zaporizhzhia (sul) e Dnipro (leste).

O ministro ucraniano das Relações Exteriores afirmou que os ataques são "a verdadeira resposta" do presidente russo, Vladimir Putin, aos líderes mundiais "que ligaram ou o visitaram" recentemente.

O governo da Ucrânia expressou grande irritação na sexta-feira com uma conversa telefônica entre o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, e Putin, a primeira desde dezembro de 2022.

Falar com Putin equivale a "abrir a caixa de Pandora", afirmou o presidente ucraniano.

Antes disso, Putin recebeu vários líderes mundiais em uma reunião de cúpula dos Brics.

A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou a retomada do debate sobre possíveis negociações entre Moscou e Kiev.

Trump criticou em várias ocasiões a ajuda de seu país a Kiev e afirmou que seria capaz de resolver o conflito em "24 horas", mas sem revelar como.

No sábado, Zelensky, que por muito tempo descartou a opção, afirmou que deseja acabar com a guerra em seu país até 2025 por "meios diplomáticos".

Contudo, as posições russa e ucraniana são opostas: Kiev descarta ceder os territórios ocupados pelo Exército russo, enquanto Moscou afirma que está uma condição inegociável.

A Polônia anunciou neste domingo que mobilizou caças e "todas as forças e recursos disponíveis" para proteger seu território durante o ataque noturno russo à Ucrânia.

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