GIL COHEN-MAGEN
O Exército de Israel anunciou nesta segunda-feira (04) que aprovou novas ordens de alistamento para 7 mil membros da comunidade judaica ultraortodoxa, uma questão delicada no país, onde o Exército está sob pressão após mais de um ano de conflito na Faixa de Gaza.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, "aprovou a recomendação de emitir 7.000 novas ordens no processo de avaliação dos ultraortodoxos aptos para recrutamento", além das 3 mil ordens emitidas em julho, informou o Exército.
Israel trava uma guerra com o grupo islamita palestino Hamas na Faixa de Gaza e com o movimento libanês Hezbollah no Líbano. Esses dois conflitos já deixaram 780 mortos e 4.500 feridos entre seus soldados. A guerra também afeta os cerca de 300.000 reservistas convocados desde o ataque brutal do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que gerou o conflito atual.
O recrutamento de judeus ultraortodoxos está no centro do debate público, devido à participação dos partidos ultraortodoxos na coalizão governamental do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Os ultraortodoxos representam 14% da população judaica de Israel, ou 1,3 milhão de pessoas. Mais de 60 mil homens em idade militar se beneficiam de uma isenção por se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo, protegidos por uma norma introduzida em 1948, data da criação de Israel.
A Suprema Corte ordenou em junho o alistamento dos estudantes das escolas talmúdicas, determinando que o governo não poderia isentá-los "na ausência de um marco jurídico adequado". A questão do seu recrutamento gerou uma grande crise em 2018 e levou o país a realizar cinco eleições legislativas em quatro anos, sem resolver a questão.