Estudo destaca aumento dos problemas de saúde vinculados às mudanças climáticas

As mudanças climáticas provocam cada vez mais problemas de saúde no mundo, como demonstra o aumento das mortes vinculadas ao calor, afirma um relatório anual de referência...

Homem caminha por lago seco ma cidade indiana de Bandai, em maio de 2022
Foto: Prakash SINGH
Homem caminha por lago seco ma cidade indiana de Bandai, em maio de 2022
Prakash SINGH

As mudanças climáticas provocam cada vez mais problemas de saúde no mundo, como demonstra o aumento das mortes vinculadas ao calor, afirma um relatório anual de referência publicado pela revista médica The Lancet.

"Devido às rápidas mudanças climáticas, as pessoas em todo o mundo enfrentam ameaças sem precedentes a seu bem-estar, saúde e sobrevivência", resume o relatório elaborado por pesquisadores de várias universidades e agências ligadas à ONU.

Os autores destacam que as mudanças climáticas não são apenas uma ameaça a longo prazo, e sim que estão provocando problemas de saúde consideráveis, em alguns casos com consequências fatais.

O estudo destaca, por exemplo, que a taxa de mortalidade vinculada ao calor entre as pessoas com mais de 65 anos dobrou em 2023 na comparação com a média da década de 1990.

Além disso, as temperaturas elevadas geram outros problemas, como dificuldades para dormir ou o risco de insolação durante a prática de exercícios físicos.

O relatório também cita os riscos de fenômenos meteorológicos "extremos", como chuvas intensas que podem provocar inundações ou contaminar a água corrente.

Os pesquisadores explicam que não basta avaliar de maneira separada cada ameaça porque "provavelmente têm efeitos simultâneos e em cascata (...) que ameaçam de maneira desproporcional a saúde e a sobrevivência das pessoas".

O relatório menciona o nível sem precedentes das emissões de CO2 em 2023 e acusa os Estados e a indústria energética de prosseguirem com os investimentos excessivos em combustíveis fósseis.

"Se não atuarmos agora, o futuro será muito perigoso", declarou à AFP a cientista Marina Romanello, coordenadora do relatório. "O tempo perdido é pago em vidas humanas", alertou.

AFP