Confira o que se sabe sobre a operação que resultou na morte do líder do Hamas

Israel anunciou, nesta quinta-feira (17), ter matado o líder do Hamas, Yahya Sinwar, cujo falecimento, não confirmado pelo Hamas, seria mais um duro golpe para o movimento islamista palestino após mais de um...

Foto de arquivo do líder do Hamas Yahya Sinwar na cidade de Rafah, sul da Faixa de Gaza, em 24 de fevereiro de 2017
Foto: SAID KHATIB
Foto de arquivo do líder do Hamas Yahya Sinwar na cidade de Rafah, sul da Faixa de Gaza, em 24 de fevereiro de 2017
SAID KHATIB

Israel anunciou, nesta quinta-feira (17), ter matado o líder do Hamas, Yahya Sinwar, cujo falecimento, não confirmado pelo Hamas, seria mais um duro golpe para o movimento islamista palestino após mais de um ano de guerra na Faixa de Gaza.

Confira o que se sabe sobre a operação lançada contra Sinwar, que Israel considera ser um dos mentores do ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra:

- O que se sabe sobre a operação? -

O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, anunciou, na noite desta quinta-feira, que Yahya Sinwar havia sido "eliminado".

"O assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e pelas atrocidades de 7 de outubro, foi eliminado pelos soldados (das forças israelenses)", declarou Katz em um comunicado à imprensa.

O exército confirmou em seguida a morte de Sinwar.

Pouco antes, o exército israelense havia informado que "eliminou três terroristas" em operações em Gaza e realizava exames para verificar se Sinwar estava entre eles.

O comunicado do exército não detalha onde e como foram eliminados.

"Não havia nenhum sinal de presença de reféns no prédio onde os terroristas foram eliminados", informou o exército, referindo-se às pessoas sequestradas no ataque de 7 de outubro de 2023.

Segundo a emissora de TV saudita Al-Arabiya, a operação foi realizada na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

O site Ynet informou que dinheiro e documentos de identidade foram encontrados com os corpos.

O jornal de esquerda israelense Haaretz reportou que as tropas envolvidas nesta operação não tinham informações sobre a presença de Yahya Sinwar na área.

- O que aconteceu com os corpos? -

Imagens não verificadas publicadas na internet mostram soldados israelenses em volta de um corpo com um grande ferimento na cabeça, caído em meio aos escombros e coberto de poeira, parecido a Sinwar.

Uma fonte de segurança israelense havia dito à AFP que exames de DNA foram feitos em um corpo para confirmar se era ou não de Sinwar.

A polícia e o exército israelenses informaram, na noite desta quinta, que um dos exames havia sido concluído.

"As imagens dos dentes foram transmitidos ao laboratório de polícia científica e exames de DNA estão sendo realizados. Estaremos em condições de confirmar o assassinato ao concluir estes procedimentos", assinalou o comunicado, antes de o exército confirmar a morte de Sinwar.

- Quais foram as reações? -

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, informou que o exército israelense continuará "perseguindo e eliminando cada terrorista".

Sua mensagem no X estava acompanhada de fotos de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto no fim de setembro em Beirute, e do chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif, cuja morte foi anunciada por Israel em junho, o que o Hamas não confirmou.

A AFP entrou em contato com o Hamas, que não respondeu até o momento.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, após saber da morte de Sinwar, que este foi um "dia bom" para Israel, Estados Unidos e o resto do mundo.

Em conversa por telefone, Biden parabenizou o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, pela eliminação de Sinwar, segundo um comunicado do gabinete do chefe de governo de Israel. Ambos consideraram que a morte do líder do Hamas representaria "uma oportunidade para promover a libertação dos reféns" e "cooperariam para alcançar este objetivo".

A vice-presidente e candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, por sua vez, afirmou que a morte de Sinwar é uma "chance para pôr fim" à guerra em Gaza.

Esta guerra "deve terminar de tal forma que Israel esteja em segurança, os reféns sejam libertados e o sofrimento em Gaza termine, e o povo palestino possa exercer seu direito à dignidade, à segurança, à liberdade e à autodeterminação".

Os Estados Unidos são o principal aliado de Israel.

AFP