Eleitor em uma seção eleitoral para votar de maneira antecipada nas eleições americanas, em Arlington (Virgínia), nos Estados Unidos, em 20 de setembro de 2024
AFP
Eleitor em uma seção eleitoral para votar de maneira antecipada nas eleições americanas, em Arlington (Virgínia), nos Estados Unidos, em 20 de setembro de 2024

Peculiar é a palavra que define o sistema eleitoral dos Estados Unidos, onde Donald Trump derrotou Hillary Clinton em 2016 com quase três milhões de votos a menos e George W. Bush venceu Al Gore em 2000 com quase 500.000 a menos.

Os grandes protagonistas são os eleitores do Colégio Eleitoral.

Em ambos os casos, a vitória do candidato republicano ocorreu porque ele superou os 270 votos de delegados necessários para ocupar o Salão Oval.

Esses são alguns pontos do sistema eleitoral americano, a pouco mais de um mês das eleições de 5 de novembro entre Donald Trump e a democrata Kamala Harris, que se anunciam muito disputadas.

O motivo

O sistema remonta à Constituição de 1787, que estabeleceu as normas para as eleições presidenciais por sufrágio universal indireto em uma votação de um único turno.

Os pais fundadores o consideraram um meio termo entre eleger o presidente por sufrágio universal direto ou pelo Congresso, considerado pouco democrático.

Ao longo das décadas, foram apresentadas centenas de propostas de emenda ao Congresso para modificar ou abolir o Colégio Eleitoral, mas nenhuma vingou.

Quem são? 

São 538 delegados. A maioria deles são congressistas, funcionários e autoridades locais dos partidos, mas seus nomes não aparecem nas cédulas de votação e são, em sua imensa maioria, desconhecidos para a opinião pública.

Cada estado tem um número de delegados ou superdelegados como congressistas na Câmara de Representantes (número determinado pela população) e no Senado (dois por estado).

A Califórnia, por exemplo, tem 55 e o Texas, 38.

Vermont, Alasca, Wyoming e Delaware têm apenas 3.

Em todos os estados menos em dois (Nebraska e Maine decidem por representação proporcional), o candidato mais votado leva todos os votos dos delegados.

Polêmica

Em novembro de 2016, Donald Trump conquistou 306 delegados.

Milhões de americanos pediram que o bloqueassem, mas somente dois delegados do Texas desertaram, e Trump terminou com 304 votos.

Não foi a primeira vez que ocorreu algo assim. Cinco presidentes americanos no total perderam no voto popular, mas ganharam as eleições.

O primeiro foi John Quincy Adam em 1824 contra Andrew Jackson.

As eleições de 2000 deram lugar a uma polêmica na Flórida entre George W. Bush e o democrata Al Gore. Esse último conquistou mais votos no país, mas o republicano conseguiu os 271 votos no colégio eleitoral.

Simples formalidade?

Não há nada na Constituição que obrigue os delegados a votar em um ou outro candidato.

Alguns estados os obrigam a respeitar o voto popular, mas aqueles que se negam, no geral, não são sequer multados.

Mas em julho de 2020, a Suprema Corte determinou que esses delegados "desleais" podem ser punidos se ignorarem a escolha dos cidadãos.

Quando?

Os eleitores se reunirão em seus estados em 17 de dezembro. A lei americana estipula que "se reúnam e emitam seus votos na primeira segunda depois da segunda quarta-feira de dezembro".

Em 6 de janeiro de 2025, após contar todos os votos, o Congresso anunciará solenemente o nome do presidente, que já será conhecido muito antes.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Participe do  nosso canal no WhatsApp e da  nossa comunidade no Facebook.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!