O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede das Nações Unidas, na cidade de Nova York, em 24 de setembro de 2024
AFP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede das Nações Unidas, na cidade de Nova York, em 24 de setembro de 2024

É "inaceitável" que a América Latina não tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, denunciou nesta terça-feira (24) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas.

"A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial", declarou Lula.

"Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziadas e paralisadas", completou.

É hora de "reagir com vigor a essa situação, restituindo à Organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal" e dotá-la com os meios necessários para "enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional", disse.

presidente pediu uma "ampla revisão da Carta" da ONU, o coração do direito internacional, que inclui a reforma das instituições para torná-las mais eficazes na promoção do desenvolvimento sustentável e no combate à mudança climática, assim como a revitalização do papel da Assembleia Geral e a reforma do Conselho de Segurança para torná-lo mais eficaz e representativo das "realidades contemporâneas".

"Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo", afirmou, depois de fracassos anteriores para efetivar a reforma das instituições nascidas há quase 80 anos, no final da Segunda Guerra Mundial.


Lula deu as boas-vindas à delegação palestina no início de seu discurso, entre aplausos. Da mesma forma, atacou a desigualdade de gênero e os acordos climáticos "não cumpridos".

O mundo "está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega", afirmou antes de alertar para os riscos do negacionismo, que "sucumbe ante as evidências do aquecimento global".

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