Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em uma coletiva de imprensa em Kiev, em 20 de setembro de 2024
Anatolii STEPANOV
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em uma coletiva de imprensa em Kiev, em 20 de setembro de 2024
Anatolii STEPANOV

A União Europeia (UE) prometeu, nesta sexta-feira (20), emprestar 35 bilhões de euros (39 bilhões de dólares, 211 bilhões de reais) à Ucrânia, obtidos com lucros dos ativos russos congelados na Europa, para enfrentar um inverno difícil devido aos danos em sua rede elétrica provocados pelos bombardeios russos.

"Tenho a satisfação de anunciar que a Comissão adotou as propostas que permitirão à União Europeia emprestar 35 bilhões de euros" à Ucrânia, afirmou Ursula von der Leyen ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Kiev.

Os Estados-membros da UE ainda devem aprovar a proposta, mas o procedimento será acelerado, segundo uma fonte do bloco europeu que pediu anonimato.

O empréstimo será entregue sem nenhuma condição e poderá ser integrado diretamente ao orçamento nacional ucraniano, segundo a mesma fonte.

Os 27 países do bloco alcançaram um acordo em maio para utilizar os juros gerados pelos ativos congelados do Banco Central russo.

Quase 200 bilhões de euros (223 bilhões de dólares, 1,2 bilhão de reais) de ativos russos foram congelados na UE após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Ursula von der Leyen chegou nesta sexta a Kiev para oferecer o "apoio" da Europa à Ucrânia, que se prepara para um inverno difícil ante a escassez energética provocada pelos bombardeios russos às infraestruturas do país.

"Minha oitava visita a Kiev ocorre enquanto se aproxima a temporada de calefação e que a Rússia segue atacando as infraestruturas energéticas", escreveu no X.

- Armas de longo alcance -

A UE ajudará a Ucrânia a "manter a luz acesa, manter aquecido [seu] povo e fazer girar [sua] economia", assegurou, assistindo para a reparação dos danos provocados pelos ataques russos e exportando eletricidade para o país.

Esse apoio cobrirá "25% das necessidades ucranianas para o inverno", avaliou.

A UE abriu oficialmente em junho negociações de adesão com a Ucrânia, que enfrenta um Exército russo mais numeroso e melhor armado.

O país perdeu "mais de dois terços" de sua capacidade de produção elétrica, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).

Por isso, a comunidade europeia aportará a Kiev 160 milhões de euros adicionais (178 milhões de dólares ou 964 milhões de reais) em ajuda humanitária e infraestruturas energéticas.

A Ucrânia pede principalmente aos seus aliados que a deixem utilizar armas de longo alcance para atacar alvos militares em profundidade em território russo. Mas alguns se mostram reticentes, especialmente depois de o presidente russo, Vladimir Putin, dizer que isso equivaleria a que "os países da Otan [estivessem] em guerra com a Rússia".

O Parlamento Europeu pediu na quinta-feira aos membros da UE "suspender as restrições" ao uso dessas armas.

O presidente Zelensky, que viajará aos Estados Unidos na próxima semana, afirmou nesta sexta-feira que "espera" o uso dessas armas.

Zelensky apresentará essa proposta durante uma cúpula internacional sobre a paz na Ucrânia em novembro, para a qual a Rússia está convidada.

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