Ibrahim Aqil, chefe das forças de elite do Hezbollah e procurado pelos EUA

Ibrahim Aqil, que morreu nesta sexta-feira (20) em um bombardeio israelense nos subúrbios de Beirute, comandava a força Al Radwan, unidade de elite do Hezbollah, e era procurado pelos Estados Unidos por seu envolvimento nos...

Esta imagem sem data obtida do Departamento de Estado dos EUA mostra um “Cartaz de Procurado” para o comandante da Força Al Radwan do Hezbollah, Ibrahim Aqil
Foto: HANDOUT
Esta imagem sem data obtida do Departamento de Estado dos EUA mostra um “Cartaz de Procurado” para o comandante da Força Al Radwan do Hezbollah, Ibrahim Aqil
Handout

Ibrahim Aqil, que morreu nesta sexta-feira (20) em um bombardeio israelense nos subúrbios de Beirute, comandava a força Al Radwan, unidade de elite do Hezbollah, e era procurado pelos Estados Unidos por seu envolvimento nos sangrentos atentados antiamericanos na capital libanesa em 1983.

Como a maioria dos líderes do poderoso movimento islamista libanês, Aqil usava vários pseudônimos, entre eles Hajj Abdel Qader, e não era uma figura conhecida publicamente.

Seu assassinato é um duro golpe para o Hezbollah, já que se trata do segundo alto comando abatido por Israel desde que o grupo libanês abriu uma frente no sul do Líbano há quase um ano como forma de apoio aos palestinos na guerra contra o Exército israelense em Gaza.

Segundo fontes próximas ao Hezbollah, Ibrahim Aqil era o segundo na hierarquia militar da poderosa formação. O primeiro, Fuad Shukr, morreu em um bombardeio no subúrbio sul de Beirute, reduto do movimento xiita, no dia 30 de julho.

A força Al Radwan é considerada a vanguarda do Hezbollah em seu combate contra Israel.

Israel exige, por meio de mediadores internacionais, o recuo do Hezbollah das áreas fronteiriças do sul do Líbano.

Esta unidade de elite é composta por combatentes experientes, alguns dos quais lutaram na Síria ou em outros países da região.

- Na linha de frente -

A unidade está na linha de frente desde o início dos enfrentamentos no sul do Líbano.

Seus combatentes são treinados em ataques e infiltrações transfronteiriças. O Exército israelense acusa a força Al Radwan de ter estabelecido planos para atacar a Galileia (norte) em caso de uma guerra em larga escala.

Além de Shukr e Aqil, outros dois chefes militares do Hezbollah foram assassinados: Mohamed Naser e Taleb Abdalá, que comandavam dois dos três setores do front no sul do Líbano.

Em janeiro, um comandante da Al Radwan, Wisam Tawil, morreu após seu veículo ser atacado no sul do Líbano.

- Procurado pelos EUA -

Assim como Fuad Shukr, Aqil foi declarado terrorista pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos em 2015 e pelo Departamento de Estado em 2019.

O Tesouro americano oferecia sete milhões de dólares (R$ 38,3 milhões) por qualquer informação relacionada ao seu papel nos atentados contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute em abril de 1983 (63 mortos) e contra os fuzileiros navais americanos em outubro de 1983 (241 militares mortos).

Os dois ataques foram reivindicados pela Jihad Islâmica, vinculada por Washington ao Hezbollah.

Segundo o Tesouro americano, Aqil também "dirigiu" sequestros de ocidentais no Líbano na década de 1980.

O comandante também combateu na Síria, onde o Hezbollah apoia desde 2013 o regime de Bashar al-Assad, confrontado por um levante popular em 2011 que se transformou em guerra civil.

AFP