CHARLY TRIBALLEAU
Obcecadas em acabar ou ao menos reduzir a população de ratos na cidade, as autoridades de Nova York iniciaram, nesta quarta-feira (18), uma cúpula nacional com pesquisadores, acadêmicos e funcionários para encontrar uma solução integrada para este problema de saúde pública.
Em uma cidade onde os roedores estão presentes em parques, no metrô (às vezes, até nos vagões com os passageiros), nas varandas de restaurantes e, principalmente, nas calçadas onde se acumulam sacos pretos de lixo orgânico, o combate a eles se tornou uma prioridade para a prefeitura.
"Os ratos afetam a qualidade de vida mais do que pensamos", disse o prefeito Eric Adams na abertura deste encontro de dois dias, organizado em conjunto com o Programa de Gestão Integrada de Pragas do estado de Nova York, da Universidade Cornell.
Além de nomear, há um ano e meio, uma pessoa responsável por combater a invasão de roedores, sua equipe promove uma "revolução do lixo" para instalar contêineres e retirar os resíduos das calçadas.
Desde março, mais de 200 mil estabelecimentos que vendem comida são obrigados a depositar em caçambas as mais de 3 bilhões de toneladas de lixo que produzem anualmente.
Os residentes têm até 2026 para depositar seus resíduos nas caçambas, como é feito na maioria das cidades do mundo. No entanto, espera-se que até o final deste outono, cerca de 70% de todo o lixo da cidade esteja armazenado em recipientes fechados e inacessíveis aos roedores.
A melhor maneira de acabar com os ratos é acabar com o "bufê livre" nas calçadas, lembra a comissária do Departamento de Saneamento, Jessica Tisch, que lidera esse programa.
Nova York, com 8,5 milhões de habitantes e milhares de turistas, produz cerca de 20 milhões de toneladas de lixo por dia, segundo dados da prefeitura.
Embora o comissário de Saúde e Higiene Mental da cidade, Ashwin Vasan, advirta que não será possível exterminar completamente os roedores, "podemos mantê-los fora de nossas vidas cotidianas".
Além de remover a comida, parte da estratégia inclui a criação de mapas para rastrear seus movimentos, o que envolve a participação cidadã no combate.
Foram realizadas sessões de treinamento e uma equipe de exterminadores opera nos espaços públicos, com métodos com e sem pesticidas.
De acordo com o Departamento de Habitação, as medidas parecem estar funcionando, ainda que não tão rapidamente quanto muitos gostariam.
O censo de ratos, medido pelo número de ligações dos cidadãos para um serviço público de denúncias, caiu 6,3% no último ano e 14% nas áreas designadas para mitigar essa população.