Um policial australiano prende um suspeito no marco de uma operação sobre uma rede criptografada para o crime organizado, em uma imagem sem data divulgada pela Polícia Federal Australiana em 18 de setembro de 2024
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Um policial australiano prende um suspeito no marco de uma operação sobre uma rede criptografada para o crime organizado, em uma imagem sem data divulgada pela Polícia Federal Australiana em 18 de setembro de 2024
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Um especialista em informática de 32 anos foi preso na Austrália no marco de uma operação policial internacional como suspeito de ser o cérebro por trás de um aplicativo de mensagens criptografadas para o crime organizado, anunciaram a polícia local e a Europol nesta quarta-feira (18).

A Polícia Federal Australiana afirma que o aplicativo, conhecido como Ghost (Fantasma em inglês), se promovia como "inhackeável" e era utilizado por centenas de supostos criminosos da Itália, Oriente Médio e Ásia.

A plataforma foi desmantelada, se congratulou a polícia europeia Europol.

Há dois anos, uma força policial internacional conseguiu invadir a rede e constatar que seus usuários negociavam operações de venda de drogas e lavagem de dinheiro ou encomendavam assassinatos.

As autoridades atuaram na terça-feira e nesta quarta com a prisão de supostos criminosos da Itália, Irlanda, Suécia, Canadá e Austrália, incluindo o "cérebro" do aplicativo.

A diretora-executiva da Europol, Catherine de Bolle, disse que forças de segurança de nove países participaram da operação internacional.

"Hoje deixamos claro que, por mais ocultas que estejam, as redes criminosas não conseguem escapar de nosso esforço coletivo", afirmou.

O aplicativo Ghost foi criado há nove anos e ele só podia ser acessado através de smartphones modificados que eram vendidos por 2.350 dólares australianos (8.728 reais).

O preço incluía uma assinatura de seis meses do aplicativo e um serviço de suporte técnico, afirmou a polícia australiana.

A gendarmaria francesa rastreou a localização de seu criador até a Austrália e uniu forças com a polícia local para derrubar a plataforma.

Embora seu criador publicasse frequentemente atualizações do software, a polícia australiana conseguiu em 2022 modificar essas atualizações e acessar o conteúdo dos dispositivos.

O vice-delegado da Polícia Federal, Ian McCartney, explicou que o criador do aplicativo vivia em Nova Gales do Sul na casa de seus pais e não possuía antecedentes criminais.

Era movido pelo dinheiro e ficou "ligeiramente surpreso" quando a polícia o prendeu na terça-feira, disse.

A polícia o acusou de cinco crimes, entre eles apoio à organização criminosa, um crime punido com até três anos de prisão.

No total, 51 suspeitos foram presos: 38 na Austrália, 11 na Irlanda, um no Canadá e outro na Itália, pertencente ao grupo mafioso Sacra Corona Unita.

Na Austrália, foram desmanteladas 50 tentativas de homicídio. Em um dos casos, os investigadores interceptaram uma imagem de uma pessoa com uma arma apontada para a cabeça, que foi salva in extremis, disse a polícia local.

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