As inundações em Mianmar provocadas pelo tufão Yagi deixaram pelo menos 113 mortos e mais de 320.000 pessoas deslocadas, indicou neste domingo (15) a junta militar que governa o país.
"Em todo o país, 113 pessoas morreram, 64 estão desaparecidas e 14 estão feridas", disse o porta-voz da junta militar, Zaw Min Tun.
O funcionário também informou que "mais de 320.000 pessoas, ou 78.000 lares, foram evacuadas para campos de socorro temporários".
Esse tufão, que castiga a região há dias, já causou mais de 400 mortes em Mianmar, Vietnã, Laos e Tailândia.
No lago Inle, um local turístico a cerca de 30 quilômetros de Kalaw, a água subiu no sábado até o segundo andar das casas construídas sobre palafitas, disse um homem que evacuava sua família.
"Vilas inteiras ficaram submersas" em algumas áreas próximas ao lago, disse ele à AFP neste domingo, pedindo para permanecer em anonimato.
Carros e caminhões com voluntários viajavam no domingo de Rangum para o norte do país, em direção às áreas mais afetadas de Taungoo, na região de Bago, e ao redor da capital Naypyidaw, indicaram jornalistas da AFP no local.
Os veículos estavam carregados com água mineral, roupas e alimentos secos. Alguns tinham botes amarrados aos tetos.
O líder do governo militar, Min Aung Hlaing, pediu no sábado auxílio internacional para enfrentar as inundações, algo incomum em um regime que frequentemente dificultou a entrada de ajuda humanitária estrangeira.
As inundações agravam ainda mais a miséria em Mianmar, que enfrenta uma grave crise humanitária, de segurança e política desde o golpe de estado de fevereiro de 2021 contra o governo eleito de Aung San Suu Kyi.
Mais de 2,7 milhões de habitantes foram forçados a abandonar suas casas devido ao conflito civil em curso.