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Teve início neste sábado (14) uma operação para rebocar um petroleiro que foi bombardeado pelos rebeldes huthis do Iêmen em agosto e abandonado no Mar Vermelho, ameaçando causar uma catástrofe ambiental, informou à AFP uma fonte do Ministério da Defesa grego.
O "MV Sounion", de bandeira grega, que estava ancorado ao oeste da cidade portuária de Hodeida, controlada pelos huthis, está sendo rebocado para o norte sob escolta militar, precisou a fonte.
"O rebocador 'Aigaion Pelagos' começou a transportar progressivamente o petroleiro (...), escoltado por navios militares", declarou. Os radares dos navios foram desativados por razões de segurança, acrescentou.
A agência de notícias estatal grega (ANA) informou que o rebocador está sendo escoltado por três fragatas, helicópteros e uma equipe de forças especiais, sem especificar os países de origem.
Um barco de bombeiros grego também foi enviado para prestar ajuda, se necessário, acrescentou a ANA.
O "MV Sounion", com 150 mil toneladas de petróleo a bordo, pegou fogo e perdeu sua força motriz após ser atacado em 21 de agosto "com drones e mísseis" pelos rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, em frente a Hodeida.
Seus 25 tripulantes – 23 filipinos e dois russos – foram evacuados no dia seguinte por uma fragata francesa da missão europeia Aspides.
Alguns dias depois, os rebeldes huthis afirmaram ter detonado cargas na cobertura do navio, em um ataque que provocou novos incêndios.
- Temor de um derramamento de petróleo -
Os danos ao navio despertaram temores de um derramamento de petróleo no Mar Vermelho quatro vezes maior que o desastre do "Exxon Valdez" de 1989, em frente ao Alasca.
A missão naval da União Europeia no Mar Vermelho, Aspides, lançada para proteger a navegação mercante dos ataques huthis, indicou neste sábado que "a operação de resgate do 'MV Sounion' é essencial para evitar uma catástrofe ambiental".
"Para conseguir isso, vários atores públicos e privados estão trabalhando conjuntamente", acrescentou.
No início do mês, houve uma tentativa de lançar uma operação para rebocar o "MV Sounion", mas a Aspides afirmou que as empresas privadas contatadas consideraram que não era "seguro" realizá-la.
A missão da UE indicou na sexta-feira que estava preparada "para facilitar uma nova operação de reboque nos próximos dias".
O navio ainda estava em chamas no dia 12 de setembro, mas não havia sinais de um derramamento de petróleo do compartimento principal, afirmou.
Os rebeldes huthis, que controlam vastas áreas do Iêmen, atacam há meses navios que consideram ter relação com Israel, Estados Unidos ou Reino Unido, em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza, palco há quase um ano de uma guerra entre o Exército israelense e o movimento islamista palestino Hamas.
Os ataques dos huthis perturbaram a navegação no Mar Vermelho, que se conecta com o Canal de Suez e pelo qual transita grande parte do tráfego marítimo entre Ásia e Europa. Dois navios afundaram e ao menos quatro pessoas morreram desde novembro.
Os Estados Unidos formaram uma coalizão marítima internacional e atacaram alvos rebeldes no Iêmen, em algumas ocasiões com a ajuda do Reino Unido.