Zelensky diz que se reunirá em breve com Biden para apresentar seu 'plano de vitória' contra a Rússia

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou nesta sexta-feira (13) que se reunirá neste mês com seu homólogo americano, Joe Biden, para apresentar um "plano de...

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky intensificou seus pedidos ao Ocidente nos últimos meses para fornecer armas com mais poder de fogo e menos restrições
Foto: LEON NEAL
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky intensificou seus pedidos ao Ocidente nos últimos meses para fornecer armas com mais poder de fogo e menos restrições
Leon Neal

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou nesta sexta-feira (13) que se reunirá neste mês com seu homólogo americano, Joe Biden, para apresentar um "plano de vitória" contra a Rússia.

"Está prevista para este mês uma reunião com o presidente Biden. Vou lhe apresentar um plano de vitória. Um conjunto de soluções interligadas que darão à Ucrânia poder e elementos suficientes para conduzir esta guerra rumo à paz", disse Zelensky em uma conferência em Kiev.

Em dificuldades frente a ofensiva da Rússia no leste da Ucrânia, Kiev pede a seus aliados ocidentais permissão para atacar alvos militares em solo russo e que ajudem a derrubar mísseis apontados para seu território.

Mas os americanos e os europeus temem que isto incentive uma escalada por parte de Moscou e um confronto direto.

O presidente ucraniano acusou as potências ocidentais de ter "medo" de falar da possibilidade de derrubar mísseis e drones russos, embora não hesitem em prestar esse tipo de apoio a Israel.

"Os aliados derrubam conjuntamente mísseis e drones nos céus do Oriente Médio, por que ainda não existe uma decisão semelhante para derrubar conjuntamente mísseis russos Shahed e [drones] nos céus da Ucrânia?", insistiu Zelensky.

"Eles têm medo até de dizer 'estamos trabalhando nisso'", acrescentou.

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou na quinta-feira que autorizar a Ucrânia a usar armas ocidentais de longo alcance significaria que a Otan estaria "em guerra com a Rússia".

A Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa desde fevereiro de 2022, lançou uma incursão na região fronteiriça russa de Kursk no mês passado, que pegou Moscou de surpresa.

Esta operação permitiu ocupar uma centena de cidades e mais de 1.000 km2 de território russo.

Segundo Zelensky, a ofensiva das suas tropas em Kursk teve o efeito desejado, retardando o avanço russo no leste da Ucrânia.

"Honestamente, deu os resultados esperados. Na região de Kharkiv (nordeste), o inimigo foi detido e o seu avanço na região de Donetsk (leste) foi abrandado, mesmo que a situação lá seja muito difícil", assegurou.

Todas estas declarações coincidem com a visita a Washington do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para discutir nesta sexta-feira com Biden a possibilidade de autorizar Kiev a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia.

Zelensky pretende apresentar seu plano para acabar com a guerra em uma cúpula de paz em novembro, para a qual a Rússia será convidada.

AFP