Dezoito pessoas morreram nesta segunda-feira (9) em uma série de "bombardeios israelenses" contra instalações militares no centro da Síria, segundo as autoridades sírias.
"O número de mártires da agressão israelense chegou a 18", disse à AFP o ministro da Saúde sírio, Mohamad Al Ghabach, durante uma visita a Masyaf, onde ocorreram os ataques.
Segundo o ministro, 37 pessoas ficaram feridas.
A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, mas que possui uma rede de informantes neste país em guerra, relatou 26 mortos.
O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, afirmou que se trata de "um dos ataques mais violentos" realizados pela Força Aérea israelense na Síria.
O Exército de Israel disse à AFP que "não comentará informações de meios estrangeiros".
Desde o início da guerra civil na Síria em 2011, Israel realizou centenas de ataques no país contra o exército leal ao presidente Bashar al-Assad e os grupos pró-iranianos que o apoiam.
Durante uma visita supervisionada pelas autoridades sírias, jornalistas puderam ver carros queimados e danos na estrada que leva à cidade de Masyaf.
O diretor do OSDH disse à AFP que os ataques tinham como alvo "o centro de pesquisa científica de Masyaf e instalações adjacentes".
Segundo ele, esse centro, onde trabalham especialistas iranianos, "desenvolve armas, especialmente mísseis de precisão e drones".
O OSDH afirmou que os mortos são "cinco civis, quatro soldados sírios, 14 sírios que trabalhavam para grupos pró-iranianos e três vítimas não identificadas".
Segundo a agência de notícias síria, Sana, a aviação do "inimigo israelense" realizou ataques na madrugada desta segunda-feira contra "várias instalações militares na região central".
No Irã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Naser Kanani, condenou o que chamou de "ataque criminoso", o qual atribuiu a Israel.
As incursões israelenses na Síria se intensificaram após o início da guerra entre Israel e Hamas em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino em solo israelense no dia 7 de outubro.
A Síria tem tentado se distanciar das tensões na região, mas as incursões israelenses frequentemente visam alvos sírios ligados ao Hezbollah, grupo libanês pró-iraniano que troca disparos quase que diariamente com o Exército israelense na fronteira com o Líbano.