Fabrice COFFRINI
Os Estados Unidos pediram ao Exército do Sudão que se junte às conversas de cessar-fogo que começaram nesta quarta-feira (14) na Suíça com apenas uma das partes envolvidas na violenta guerra civil no país africano, as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
"Ressaltamos que eles [o Exército regular] têm a responsabilidade de estarem lá [na Suíça], e seguiremos deixando isso claro", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel.
Ele, no entanto, se recusou a dizer se os Estados Unidos, mediadores nas negociações, estavam otimistas sobre a participação das forças armadas.
Washington têm pressionado o Exército regular sudanês para que compareça à reunião, inclusive através de um telefonema do secretário de Estado, Antony Blinken, com o general Abdel Fattah al Burhan.
O Sudão critica a participação dos Emirados Árabes Unidos como observador nas conversas, pois o país do Golfo é acusado de apoiar militarmente as forças paramilitares RSF.
"O que está acontecendo no Sudão neste momento é uma das situações humanitárias mais graves do mundo, por isso existe uma responsabilidade moral de que os Estados Unidos e outros parceiros com ideias afins tentem se unir para ver o que mais pode ser feito para ajudar a aliviar essa situação", disse Patel.
Desde abril de 2023, o Sudão está mergulhado em uma guerra entre o Exército regular, comandado pelo general Abdel Fattah al Burhan, contra as RSF, do general rival Mohamed Hamdan Daglo.
O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos e provocou uma grave crise humanitária neste país da África Setentrional.