Remko de Waal
Dick Schoof, ex-chefe de inteligência holandês, tomou posse nesta-terça-feira (2) como primeiro-ministro dos Países Baixos, à frente de um governo de coalizão de direita encarregado de aplicar uma política migratória "mais restrita" do que havia no país.
Schoof assume o cargo mais de sete meses depois da vitória eleitoral do dirigente de extrema direita Geert Wilders, que desistiu de tornar-se primeiro-ministro depois que alguns partidos da coalizão governamental de direita ameaçaram retirar seu apoio devido às suas posições anti-islã e eurocéticas.
As quatro legendas da coalizão concordaram que seus dirigentes não fariam parte do governo e chegaram a um acordo com Schoof, de 67 anos e sem partido.
O novo primeiro-ministro substituiu Mark Rutte, no poder desde 2010 e que foi nomeado secretário-geral da Otan.
Schoof apresentou nesta terça-feira seus ministros ao rei do país, Willem-Alexander, no palácio real de Haia. Cada um deles prestou juramento ao soberano e à Constituição.
"Estou muito impaciente para começar a trabalhar como primeiro-ministro", escreveu Schoof na rede social X.
"Por um Países Baixos seguro e justo, com segurança social para todos. Controle das migrações, diálogo, eleições claras. Podem contar comigo", acrescentou.
O novo primeiro-ministro vai precisar de toda sua experiência de trabalho em agências governamentais para manter uma coalizão frágil.
Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos publicada nesta terça-feira, o governo conta com a confiança de 42% da opinião pública, frente a 29% em setembro de 2022.
O premiê disse estar "decidido" a aplicar os planos dessa coalizão, que pretende instaurar "a política de admissão em termos de asilo mais severa já aplicada" e um pacote de medidas "para controlar a migração".
O guinada à direita dos Países Baixos segue a ascensão dos partidos de ultradireita em vários países europeus, como na França, onde a legenda Reagrupamento Nacional (RN) ficou na primeira posição no primeiro turno das eleições legislativas de domingo.