Mesmo com obstrução, Motta e Alcolumbre convocam sessões

Presidente da Câmara marcou reunião presencial nesta noite; no Senado, sessão será remota

Davi Alcolumbre e Hugo Motta
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Davi Alcolumbre e Hugo Motta
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Diante da ação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado para obstruir os trabalhos do Congresso, os presidentes das duas Casas decidiram mudar a estratégia.

Desde a terça-feira (5), retorno do recesso, parlamentarem realizam um protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) , que decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quarta, mesmo com a obstrução, os dois presidentes resolveram marcar sessões.

Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) marcou uma sessão presencial para as 20h30.

Segundo comunicado da Presidência, qualquer tentativa de impedir o acesso ao plenário resultará em suspensão imediata do parlamentar envolvido por até seis meses.

Ainda segundo Motta, caso necessário, a Polícia Legislativa poderá ser acionada para garantir o cumprimento da decisão e a realização da sessão.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) marcou uma sessão deliberativa remota para esta quinta-feira (7), às 11 horas, para "garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada".

Alcolumbre disse que "não aceitará intimidações e nem tentativas de constrangimento, e que o Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento".

Em comunicado divulgado, o presidenta do Senado diz que a Casa seguirá votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos.


"A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza", disse.

Tentativa de acordo

Os dois presidentes do Congresso tentaram acordo nesta tarde com os aliados de Bolsonaro que estão obstruindo a pauta, mas não tiveram sucesso.

O grupo afirmou que vai continuar a ação até que sejam pautados, para votação em Plenário, o impeachment de Moraes e a anistia aos condenados do 8 de janeiro.