Vai beber nas festas de final de ano? Veja quais bebidas dão mais ressaca

Especialistas explicam que o mais importante é controlar a quantidade de álcool ingerida

Beber cerveja ou bebidas destiladas não muda a ressaca
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Beber cerveja ou bebidas destiladas não muda a ressaca


Com a chegada das festas de final de ano, seja Natal , Ano Novo ou as confraternizações, muitas pessoas acabam exagerando na bebida . Muitos se perguntam se a escolha por  bebidas alcoólicas fermentadas ou destiladas podem diminuir os danos da ressaca , porém, no final, tudo é álcool e o problema está na quantidade ingerida.

"De um modo geral, não tem uma bebida que dê menos ressaca. O importante é  consumir o álcool com moderação, já que a quantidade de álcool e a velocidade de ingestão influenciam muito na questão da embriaguez. Também é importante se hidratar, porque o álcool estimula a diurese, a perda de líquido pela urina", alerta Álvaro Pulchinelli, toxicologista do Fleury Medicina e Saúde.

O que é a ressaca?

A ressaca é o resultado de uma intoxicação de álcool no organismo. Ela está ligada à metabolização do álcool, que passa primeiro pelo estômago, por uma enzima chamada álcool desidrogenase. No fígado, o álcool se transforma em acetaldeído, um composto que causa desidratação celular, pode agredir as células e dá a sensação de mal-estar.

“O acetaldeído é uma molécula tóxica que causa desidratação celular, causa náusea e é responsável pela maioria dos sintomas associados à ressaca”, aponta Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

De acordo com o hepatologista, a velocidade com que o acetaldeído é formado depende da quantidade de álcool que chega ao fígado e da rapidez com que o fígado maneja e metaboliza esse álcool.

O álcool também provoca uma perda das reservas de glicogênio no fígado, uma espécie de estoque de energia. "Por isso que o indivíduo acorda com fome e tem vontade de comer doce pela manhã", complementa Raymundo Paraná.

Não existe um remédio para curar ressaca. E ela pode durar mais do que o esperado, que é de até 24 horas após a bebedeira. "Não existe um tratamento específico. A pessoa precisa esperar o organismo eliminar todo o álcool", orienta Álvaro Pulchinelli.

Como enfrentar e prevenir a ressaca

Entre as principais dicas no combate à ressaca estão o repouso e a hidratação contínua. Evitar o jejum e fazer refeições leves também auxiliam. Pós-bebedeira, analgésicos para dor de cabeça ou dor no corpo também podem ser usados, além de antiácidos e remédios contra o enjoo.

Para se prevenir dos transtornos do dia seguinte, a pessoa que for beber pode fazer isso moderadamente, sem excessos. Além disso, os especialistas dão algumas dicas que podem ajudar a amenizar os sintomas: evite beber de estômago vazio (o que acelera a absorção do álcool); evite beber quando o sono não está regular; hidrate-se durante o consumo de álcool – o ideal é um copo de água para cada dose de bebida. 

A água ajuda a diluir o álcool no estômago e a chance de ficar muito intoxicado é menor. Coma durante o consumo de álcool, para reduzir a absorção do álcool.

Mitos e verdades sobre o consumo de álcool

Existem muitas perguntas quando o assunto é o consumo de álcool. Entre os mitos conhecidos, está a mistura de diferentes bebidas que, ao contrário do que se pensa, não piora e nem melhora na ressaca.

Porém, uma verdade é que as mulheres são menos resistentes ao álcool, já que elas têm menos quantidade de álcool desidrogenase – enzima que modula a quantidade de álcool que vai chegar ao fígado.


Vomitar não ajuda a passar a ressaca, ele apenas alivia o desconforto estomacal, mas pode induzir à perda de sais minerais e desidratação. Em geral, os sintomas da ressaca só aparecem depois que todo o álcool ingerido já foi absorvido e metabolizado.

Existe bebida boa e bebida ruim? Existem bebidas que são mais impuras, que trazem não só o álcool, mas outras substâncias que podem gerar mais intolerância e sintomas. Bebidas mais "qualificadas" têm menos impurezas e reduzem riscos de agentes adicionais à intoxicação, além do álcool.

** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.