Vídeo: cientistas ensinam ratos a dirigir - eles adoram velocidade e “autoescola”

A “autoescola” para ratos de laboratório descobriu que os roedores adoram dirigir, mostram animação para a prática e não buscam recompensas imediatas depois

Não é só na ficção! Ratos reais aprenderam a dirigir e adoraram a experiência
Foto: Reprodução
Não é só na ficção! Ratos reais aprenderam a dirigir e adoraram a experiência


Em uma pesquisa surpreendente, cientistas da Universidade de Richmond , nos Estados Unidos , descobriram que ratos não apenas são capazes de dirigir veículos em miniatura, como também gostam bastante - e procuram sempre pisar no acelerador!

Kelly Lambert , professora e neurocientista da Universidade de Richmond lidera o estudo desde 2019 e demonstrou que os ratos não apenas aprenderam a controlar seus veículos, mas também se divertiram durante o processo, mostrando sinais claros de prazer ao "acelerar" os carrinhos.

O objetivo da pesquisa é explorar a relação entre os animais e seus ambientes, como o comportamento se desenvolve e como processam novas habilidades.

Empolgação na direção

Em um artigo publicado no The Conversation, Lambert descreveu como os ratos demonstraram prazer intenso pela “autoescola”. Quando viam os carros, os animais corriam para dentro e imediatamente começavam a acelerar o motor.

"Surpreendentemente, descobrimos que os ratos tinham uma motivação intensa para o treinamento de direção, frequentemente saltando para o carro e acelerando o 'motor de alavanca' antes de seu veículo começar a andar", explicou.

Comportamentos de animação

Lambert relatou como, após passarem pelo treinamento, os ratos pareciam ansiosos para assumir o volante, demonstrando comportamentos de antecipação e excitação. Ela comparou a atividade deles ao comportamento do próprio cachorro quando convidado para “passear”: “Os três ratos treinados para dirigir corriam animadamente para o lado da gaiola, saltando, como meu cachorro.”

Animação por recompensa?

Depois de toda a aula de direção, os ratos ganhavam uma recompensa em comida. Lambert ponderou como a empolgação dos ratos poderia ser uma resposta pavloviana (expectativa de recompensa). Mas, mesmo sem a recompensa, os ratos seguiam “pedindo” para dirigir;

"Em vez de apenas apertar botões para recompensas imediatas, os ratos nos lembram que o planejamento, a antecipação e o prazer da jornada podem ser essenciais para uma mente saudável", escreveu Lambert.

Objetivos

Lambert espera que esse estudo tenha impactos relevantes para a neurociência e compreensão das capacidades cognitivas dos animais.

Ensinar ratos a controlar um carrinho pode ajudar os cientistas a entender melhor como o cérebro deles processa informações relacionadas ao movimento e coordenação motora, e também ajudar a entender como eles aprender novas tarefas.

Veja vídeo


** Jornalista pelo Mackenzie e cientista social pela USP, trabalha com redação virtual desde 2015 e teve passagem em grandes redações do Brasil. Curte cultura, política e sociologia.