Dois grandes milagres de Jesus ocorreram através da ciência, e não da fé, diz estudo

Os eventos teriam ocorrido no Mar da Galileia, conhecido atualmente como Lago Kinneret

Arte reproduzindo o milagre de Jesus Cristo multiplicando o pão
Foto: Reprodução
Arte reproduzindo o milagre de Jesus Cristo multiplicando o pão


Novas pesquisas apontam uma “base científica plausível” para explicar dois dos milagres mais icônicos de Jesus Cristo relatados na  Bíblia – além de estabelecer um possível período para um deles. Os eventos teriam ocorrido no Mar da Galileia , conhecido atualmente como Lago Kinneret, em Israel .

O estudo sugere que houve precedentes de grandes mortalidades de peixes, resultantes da falta de oxigênio na água, o que poderia ter permitido a Jesus realizar o “Milagre da Multiplicação dos Pães e Peixes ” e a “ Pesca Milagrosa ”.

“Com o entendimento atual sobre a limnologia física [ecossistema] do Lago Kinneret, é possível encontrar uma base científica plausível para esses milagres”, escreveram os autores do estudo.

Ambos os eventos registrados nos Evangelhos teriam ocorrido na região noroeste do lago, próximo a Tabgha, e envolvem Jesus proporcionando uma grande quantidade de peixes para seus discípulos quando estavam sem alimentos.

No relato da “Pesca Milagrosa”, no Evangelho de João, após a ressurreição de Cristo, os discípulos teriam enchido as redes com “153 grandes peixes, sem que a rede se rompesse”.

O estudo sugere que ventos fortes podem ter agitado as camadas inferiores da água, criando uma condição anóxica (privada de oxigênio) que teria sufocado os peixes, fazendo-os flutuar até a superfície e facilitando a pesca – literalmente “peixes mortos na água”.

“O Mar da Galileia é um lago estratificado, com a camada superior quente e oxigenada, enquanto a camada inferior é fria e sem oxigênio”, explicou a pesquisadora Yael Amitai ao 'The Times of Israel'.

Eventos modernos semelhantes de “mortalidade em massa de peixes” têm sido registrados no lago desde a década de 1990, e um novo caso ocorreu no ano passado, na região do estuário do Tzalmon. A pesquisa utilizou modelagem 3D para escanear o lago e analisar as condições.

Esse fenômeno raro, mas natural, “pode explicar a presença de uma grande quantidade de peixes fáceis de coletar próximos à margem, como descrito nos relatos bíblicos”, acrescenta o estudo.

Ocorrências parecidas já foram observadas no Lago Erie e no estuário do rio Neuse, na Carolina do Norte, EUA.

No caso da “Multiplicação dos Pães e Peixes”, os pesquisadores acreditam que a descoberta sobre mortalidades de peixes traz uma referência mais exata ao período do evento, quando, de acordo com o Evangelho de Mateus, Jesus teria transformado cinco pães e dois peixes em alimento suficiente para cerca de 5.000 seguidores.

Esse milagre – o único registrado nos quatro Evangelhos canônicos – provavelmente ocorreu no final da primavera ou início do verão, quando mudanças rápidas de temperatura nas camadas mais profundas do lago trariam mais peixes mortos à superfície.

O relatório chega após uma pesquisa independente concluir que o Sudário de Turim provavelmente não foi usado para cobrir o corpo de Jesus.