Durante a composição dos seus ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou o percentual de 30% de integrantes mulheres compondo a administração federal, no entanto, após oito meses e duas demissões esse percentual cai para pouco menos de 24%.
Quando Lula assumiu, 11 dos 37 ministérios eram ocupados por mulheres, mas com a demissão da ministra Ana Moser nesta quarta-feira (6) da pasta do Esporte e da saída de Daniela Carneiro da pasta do Turismo, em julho, sobram 9 em 38, já que a pasta da Pequena e Média Empresa foi recriada.
O número de mulheres nos postos-chave é idêntico ao do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), iniciado em 2010, mas havia, naquele momento, um ministério a menos: 37.
Além delas, o general Gonçalves Dias também foi retirado do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após polêmicas a respeito dos atos golpistas de oito de janeiro.
Daniela Carneiro foi substituída por Celso Sabino e André Fufuca assume o Esporte. O também deputado Silvio Costa Filho irá herdar a pasta dos Portos e Aeroportos, que era de Márcio França, que será realocado para a recém-criada pasta de Micro e Pequenas Empresas.
Seguem no governo Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), Margareth Menezes (Cultura), Nísia Trindade (Saúde), Marina Silva (Meio Ambiente), Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Sônia Guajajara (Povos Originários) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação). Esta última chegou a ter o nome ventilado como possível queda para acomodar o Centrão, mas acabou mantida.
No primeiro mandato, em 2022, Lula iniciou com quatro mulheres na Esplanada. No segundo mandato eram cinco.
Dilma Rousseff, por sua vez, teve nove mulheres e o seu sucessor, Michel Temer, montou um corpo ministerial só de homens. Já Jair Bolsonaro iniciou seu governo com apenas duas ministras: Damares Alves (Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura).
Nos oito anos em que ocupou o Palácio do Planalto, Fernando Henrique Cardoso nomeou somente duas mulheres em pastas de destaque: a economista Dorothea Werneck (Desenvolvimento, Indústria e Turismo) e a socióloga Mary Dayse Kinzo, ministra da Integração Nacional por três meses, já na reta final do segundo mandato de FHC.