O advogado Ailton Gonçalves Moraes Barros , militar reformado que foi preso pela Polícia Federal (PF) em uma operação relacionada a fraudes em comprovantes de vacinação contra a Covid-19 recebeu o título de "segundo irmão" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) .
O advogado, que concorreu ao cargo de deputado estadual pelo partido de Bolsonaro, o PL, também acompanhou o ex-presidente durante sua votação do segundo turno das eleições de 2022, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Antes do primeiro turno das eleições, Ailton divulgou um áudio enviado por Bolsonaro, no qual o ex-presidente o menciona de maneira afetuosa, fazendo referência a um relacionamento de longa data entre eles.
Durante seu tempo no Exército, Ailton serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista , em Deodoro, onde Bolsonaro também esteve atuando na década de 1980.
Nas redes sociais, Ailton compartilhou fotos e vídeos que evidenciam sua proximidade com Bolsonaro, a maioria deles publicados em 2022, quando estava em campanha para o cargo de deputado estadual.
Em diversas ocasiões ele aparece ao lado de Bolsonaro e do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) , também conhecido como Hélio Negão . Ailton se referia a Hélio como "primeiro-damo" na presença de Bolsonaro, enquanto a si mesmo chamava de "segundo-damo".
Devido a essa proximidade com Bolsonaro, Ailton também acompanhou o ex-presidente durante a votação do segundo turno das eleições de 2022, juntamente com o então deputado federal Daniel Silveira, que concorreu ao Senado.
Supostas fraudes no cartão de vacina
De acordo com as investigações da PF, Ailton foi contatado por Mauro Cid, na época ajudante de ordens da Presidência da República , em novembro de 2021, com a solicitação de obter um comprovante de vacinação falso em nome de sua esposa, Gabriela Santiago Ribeiro Cid.
- Ailton informou a Cid que havia conseguido o documento por meio de Marcello Siciliano , ex-vereador do Rio de Janeiro
No mesmo dia em que Ailton comunicou o sucesso da fraude a Cid, a PF identificou registros, no sistema do Ministério da Saúde, de duas doses de vacina contra a Covid-19 aplicadas em Gabriela.
Os registros fraudulentos indicavam que as doses teriam sido administradas em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, em agosto e outubro de 2021. No entanto, a investigação da PF constatou, por meio de dados telemáticos de Gabriela, que ela não esteve em Duque de Caxias nessas datas.
A investigação apontou que a fraude envolvia servidores da prefeitura de Duque de Caxias, que também participaram da inclusão fraudulenta, um ano depois, de dados de vacinação em nome de Bolsonaro, Mauro Cid e outros assessores do ex-presidente.
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