Lula decidirá sobre crise no GSI após retorno ao Brasil

Sobre a CPI dos atos golpistas, o presidente declarou ainda que não se intromete em assuntos do Congresso

Agenda de Lula em Portugal será reservada a negócios e assinatura de acordos
Foto: redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
Agenda de Lula em Portugal será reservada a negócios e assinatura de acordos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (22) que só decidirá sobre o fim, ou não, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após o retorno ao Brasil, prevista para o dia 26 de abril. Lula está em Portugal , onde espera assinar acordos bilaterais entre os países. 

Questionado por jornalistas sobre o pedido de demissão do ex-ministro da pasta, Marco Edson Gonçalves Dias, Lula disse que está na Europa para discutir questões de interesse dos dois países e não problemas internos do Brasil. 

"Eu vou decidir essas coisas do GSI quando eu voltar. Vou tomar a decisão que achar mais importante para o Brasil", disse.

Na quarta (19), o ex-ministro pediu demissão depois que foram divulgados vídeos em que o mostram andando entre invasores do Palácio do Planalto no ato terrorista de 8 de janeiro. As imagens da CNN Brasil exibem Gonçalves abrindo uma porta para os golpistas saírem do terceiro andar.

O vídeo também flagrou servidores do GSI conversando, cumprimentando e oferecendo água para os bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto.

CPI do 8 de janeiro

O presidente também por perguntado sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, mas disse que essa é uma questão que não está dentro da sua alçada. 

"CPI é coisa do Congresso Nacional. Eles decidem. Façam quando quiserem fazer, o presidente da República não vota no Senado nem na Câmara, os deputados decidem", declarou.

Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.

Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.

Nesta semana, o STF tornou réus os primeiros 100 suspeitos de participarem dos ataques. Outros 200 golpistas devem ter os casos analisados a partir de terça (25).

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