Irmãs presas suspeitas de ligação com rede de prostituição em garimpos

A PF identificou os envolvidos após resgate de uma adolescente, de 15 anos, chamada para trabalhar na cozinha do garimpo e depois obrigada a se prostituir

Duas irmãs, Francisca de Fátima Guimarães Gomes, de 40 anos, e Marilene Guimarães Gomes, de 44, foram conduzidas à prisão pela Polícia Federal na Operação Palácios.
Foto: Divulgação Polícia Civil
Duas irmãs, Francisca de Fátima Guimarães Gomes, de 40 anos, e Marilene Guimarães Gomes, de 44, foram conduzidas à prisão pela Polícia Federal na Operação Palácios.

Duas irmãs, Francisca de Fátima Guimarães Gomes , de 40 anos, e Marilene Guimarães Gomes , de 44, foram conduzidas à prisão , durante mais uma fase da Operação Palácios da Polícia Federal. 

A ação é parte de uma investigação sobre um possível recrutamento de meninas para atividades de prostituição em garimpos na Terra Yanomami, em Roraima.

Márcio Conceição Vieira, marido de Marilene, e outra investigada identificada como Thaliny Nascimento Andrade , continuam foragidos.

As irmãs, presas sob acusações de exploração sexual de meninas e mulheres em garimpos na Terra Indígena Yanomami, foram levadas à Cadeia Pública Feminina em Boa Vista.

O esquema supostamente envolve atração de vítimas com falsos trabalhos e salários irreais através de redes sociais, seguido de obrigar as vítimas a se prostituir em cabarés ilegais.

A adolescente resgatada pelos agentes federais na região de Walopali passou 30 dias numa área de garimpo, realizando até 16 programas por noite. Esta é a primeira vez que foi descoberta uma logística tão estruturada para exploração sexual na Terra Yanomami .

A PF afirma que os criminosos usam perfis falsos nas redes sociais para entrar em contato com as vítimas e envolvem aliciadores, motoristas e intermediários no esquema.

A suspeita Francisca de Fátima, que se apresenta como "Sandra Guimarães" na internet, é apontada como a principal líder do esquema. A suspeita Thaliny Nascimento , que usa o codinome "Paloma Gomes" , está foragida.

A PF identificou os envolvidos na logística e operacionalização do esquema criminoso com o resgate da menina que, inicialmente, foi chamada para trabalhar na cozinha do garimpo e ganhar até R$ 5.800 em um mês, mas foi obrigada a se prostituir.

A PF afirma que as aliciadoras usam perfis falsos em redes sociais para contatar mulheres e adolescentes, ofertando trabalhos no garimpo com promessas de ganhos irreais, inclusive na prostituição.

Depois de serem convencidas, as vítimas são levadas até uma pista clandestina, onde são transportadas de avião até a área do garimpo, em condições de extrema precariedade.

Lá, as vítimas são informadas e cobradas pelos custos do transporte, que podem chegar a R$ 10.000,00, gerando uma dívida inicial com os criminosos. As defesas das irmãs presas e dos demais investigados ainda não se manifestaram.

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