O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma série de gestos amistosos em direção aos militares, após a turbulência que abalou as relações entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto no início do ano, quando ocorreram atos golpistas em 8 de janeiro.
Lula escalou o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para entender as demandas de investimentos considerados prioritários para cada setor das Forças Armadas. Ontem, Lula participou de um almoço com oficiais da Marinha.
Nos próximos dias, o líder petista visitará o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) , no Rio de Janeiro, e muito provavelmente participará da cerimônia de inauguração da linha de produção de caças (tipo de avião militar concebido para combate aéreo) em São Paulo.
De maneira semelhante ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) , o atual presidente pretende comparecer a cerimônias de formatura de futuros oficiais, a fim de estreitar as relações com os quartéis.
Alckmin participou de reunião com o comandante do Exército, Tomás Paiva, e o chefe do Estado-Maior da Força , general Valério Stumpf. Durante uma hora de conversa, os oficiais apresentaram alguns dos seus projetos prioritários.
O vice-presidente também tem agendado um encontro com o comando da Aeronáutica e tem planos de se encontrar com o comando da Marinha nos próximos dias.
Recentemente, a Marinha divulgou um comunicado que determinava que militares da ativa se desfiliassem de partidos políticos em até 90 dias, sob risco de punição. Isso ocorreu depois que a Força descobriu que havia membros filiados a partidos, o que é proibido pela lei.
O Ministério da Defesa trabalha em uma proposta que tornaria mais difícil para os militares se envolverem com a política. O projeto ainda está sendo elaborado, mas exigiria que eles deixassem suas Forças ou se aposentassem antes de concorrerem a cargos políticos ou assumirem ministérios.
O presidente e seus principais assessores acreditam que manter um bom relacionamento com os militares é importante e que isso requer um esforço contínuo.
O ministro da Defesa , José Múcio, é responsável por essa interação e costuma lembrar que, independentemente do resultado das eleições, a maioria dos militares continuará apoiando Bolsonaro e outros políticos conservadores.
As autoridades do governo acreditam que a atenção de Lula também será voltada aos militares de patentes mais baixas. O petista não é muito popular entre os oficiais de alta patente, mas estes agem sempre com moderação.
Em resposta a essa situação, Lula planeja comparecer a algumas formaturas militares, algo que Bolsonaro costumava fazer quando estava no poder.
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