MPF pode solicitar que EUA cooperem para Bolsonaro prestar depoimento

A confirmação de que Bolsonaro recebeu uma caixa com joias agrava a situação no caso; MPF e PF querem ouvir as explicações do ex-presidente sobre o 'presente'

O então presidente Jair Bolsonaro encontrou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que teria enviado as joias a Michelle
Foto: Alan Santos/ Presidência da República
O então presidente Jair Bolsonaro encontrou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que teria enviado as joias a Michelle

Ministério Público Federal estuda formalizar uma solicitação de cooperação internacional com os Estados Unidos , através do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça, para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preste depoimento à autoridades americanas e explique sobre sua participação no caso dos 'presentes' em joias milionárias .

A Polícia Federal confirmou que o ex-presidente Bolsonaro recebeu pessoalmente uma segunda caixa com joias trazidas da Arábia Saudita por pessoas da sua equipe de governo.

A cooperação será fundamental pois Bolsonaro  ainda permanece no exterior desde que foi derrotado nas urnas por Lula. Bolsonaro tem adiado sua volta ao Brasil, mas segundo interlocutores, voltaria ao país em uma semana, mas não chegou a confirmar a data publicamente.

Investigadores do MPF e da PF afirmam que a cooperação será solicitada, se Bolsonaro não retornar no curto prazo. Entretanto, não há informações se o ex-presidente prestaria depoimento como  testemunha ou investigado .

Com testemunha ele é 'obrigado' a depor e não pode mentir sob juramento. Como investigado, se resguarda o direito de ficar calado e não é obrigado a produzir prova contra si.

Sobre o caso, MPF e PF devem ouvir esclarecimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro; da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro ; do ex-ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque , do tenente-coronel Mauro Cesar Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e dois ex-assessores envolvidos na chegada das joias ao Brasil, que não passaram pelo procedimento de fiscalização da  Receita Federal.

Caixa de Luxo 2

A segunda caixa de joias portava um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça Chopard. Os aritgos de luxo permaneceram por mais um ano dentro do cofre do Ministério de Minas e Energia e até chegar ao acervo da Presidência da República , em 29 de novembro de 2022.

Documentos obtidos pela Polícia Federal  apontam que todos itens foram transferidos para o acervo pessoal de Jair Bolsonaro  manobra não permitida pea lei brasileira, que veda os mandatários ficarem com presentes recebidos na condição de presidente da República .

A segunda caixa chegou ao Brasil em outubro 2021 na bagagem pessoal do ex-ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque – também envolvido no caso das joias avaliadas em R$ 16 milhões , que estão retidas na Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos .

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