O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que vê "indícios muito nítidos" de "múltiplas possibilidades de cometimento de crime " na movimentação frustrada da comitiva do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de entrar de forma ilegal (sem declaração na Receita Federal ) com joias milionárias no Brasil.
A Polícia Federal prosseguiu com abertura de inquérito para investigar o caso, que seriam um 'presente' do governo da Arábia Saudita a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
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As joias são avaliadas no valor de R$ 16,5 milhões e foram retidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro 2022, porque na legislação brasileira está prevista a obrigatoriedade da declaração de bens vindos de fora com valor superior a US$ 1.000.
Dino afirmou que vê possíveis crimes no episódio, entre os quais, peculato e descaminho, acrescentando que o delegado federal responsável pelo caso conduzirá as investigações, conforme determina a lei.
"O inquérito vai ser feito e, claro, que a essas alturas, existem indícios muito nítidos de que há múltiplas possibilidades de cometimento de crime", afirmou o ministro.
Nos próximos dias os responsáveis pelas investigações vão definir quando serão solicitados documentos para o inquérito policial.
"É claro que ele [Bolsonaro], a estas alturas obviamente, figura no rol das pessoas que deverão ser ouvidas, óbvio. Mas isso vai ocorrer nas próximas semanas de acordo com o andamento das investigações", disse.
Nota oficial dos advogados do ex-presidente
O advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, negou por meio de nota, que o ex-presidente tenha cometido irregularidades no caso das joias.
"O presidente Bolsonaro agindo dentro da lei, declarou oficialmente, os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas", alegou a defesa.
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