Ainda na gestão Jair Bolsonaro (PL) , em outubro de 2021, integrantes do governo tiveram seus planos frustrados ao tentar trazer de forma irregular ao Brasil, joias avaliadas em R$ 16,5 milhões doadas por um shiek do petróleo da Arábia Saudita .
Os itens de luxo foram apreendidos por falta de documentação e estão sob poder da Receita Federal em São Paulo. A informação, revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", mostra que as joias seriam 'um presente' do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro .
Os itens foram apreendidos na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia por não terem sido declarados à Receita como item pessoal, tornando-os sujeitos ao pagamento de impostos.
O caso se tornou uma pedra preciosa no sapato de Bolsonaro, pois além de envolver a ex-primeira-dama, envolve também ministros e funcionários do então governo.
Entre os envolvidos no caso das joias de Michelle Bolsonaro estão:
Bento Albuquerque
O ex-ministro de Minas e Energia , Bento Albuquerque visitou a Arábia Saudita em 2021. Ele mudou a versão dos fatos sobre as joias. A princípio, disse que os objetos preciosos eram um presente para a ex-primeira dama, entretanto, mudou a história depois e afirmou que eram presente ao Estado brasileiro.
As joias poderiam ter entrado no Brasil sem pagar imposto, caso tivessem sido declaradas como presente do Estado saudita ao Estado brasileiro. O que não garantiria que Michelle ficasse com as joias, pois assim pertenceriam à União.
Júlio Cesar Vieira Gomes
Júlio Cesar Vieira Gomes era chefe da Receita Federal quando o governo Bolsonaro tentou trazer as joias. Vieira Gomes é Secretário especial da Receita e foi agraciado com o posto de adido tributário e aduaneiro na embaixada do Brasil em Paris já no fim da gestão Bolsonaro.
Vieira Gomes teria orientado até mesmo a forma como o então presidente Jair Bolsonaro deveria proceder para reaver as joias apreendidas.
Marcos André dos Santos Soeiro
Marcos André dos Santos Soeiro é um dos assessores de Bento Albuquerque que esteve na companhia do ministro visita à Arábia Saudita . Soeiro levava as joias em sua mochila quando foi inspecionado pelos agentes da Receita Federal no aeroporto.
Mauro Cid
Mauro Cid é ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e enviou um ofício à Receita reportando que um sargento da Marinha
iria comparecer para reaver as joias dadas para Michelle no posto da Receita Federal
no Aeroporto de Guarulhos.
Jairo Moreira da Silva
Silva, que é sargento da Marinha, chegou a descer no Aeroporto de Guarulhos em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tentar retirar as joias. Na justificativa, as joias não poderiam ficar retidas devido a mudança de governo.
Marco Antonio Lopes Santanna
Santanna é servidor da Receita
e informou Jairo Moreira da Silva
que não tinha nenhuma informação sobre a liberação das joias, acrescentando que não iria entregar nada. Não contente, Jairo insistiu e ligou outra pessoa ao que se dizia "coronel".
No telefone, ele tentou colocá-lo na linha com o auditor, que recusou resolver o assunto por telefone.
Antonio Carlos Ramos
Ramos é o ex-assessor de Bento Albuquerque que entregou outra caixa com presentes da Arábia Saudita no acervo da Presidência da República. Nela constava um relógio, uma caneta e abotoaduras que não fazem parte das mesmas joias doadas para Michelle Bolsonaro.
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