O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na noite desta quinta-feira, de um ato público na Cinelândia, no Centro do Rio, com lideranças e dirigentes partidários que apoiam sua pré-candidatura à Presidência. Lula deve discursar no fim do evento, marcado para começar às 18h. O evento também reúne nomes do meio artístico e cultural que apoiam Lula e o pré-candidato ao governo do Rio pelo PSB, Marcelo Freixo. O comício ocorre em meio à tensão na aliança entre PT e PSB no Rio, onde ocorre uma queda de braço entre André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) em torno da candidatura ao Senado no campo da esquerda.
Ao ser anunciado, Molon dividiu a militância presente, que reagiu com vaias entre apoiadores de Ceciliano e gritos de apoio e aplausos entre os simpatizantes do pessebista. Ele discursou ao lado do vice-presidente do PSB no Rio, Carlos Minc. Após falar da importância de eleger Lula e da unidade da esquerda para as eleições, Molon tratou da candidatura ao Senado no Rio. Com críticas ao senador Romário, ele disse que o estado não pode continuar mal representado.
"Precisamos enfrentar e derrotar Cláudio Castro sem conciliação e sem ambiguidades. E precisamos tirar do Senado um senador que nada fez pelo Rio de Janeiro. Quando era jogador de futebol, jogava parado mas fazia gol. Agora, jogar parado no Senado é ser omisso e preguiçoso. O Rio não merece continuar mal representando por Romário", disse Molon. Enquanto ele discursava a militância petista cantava “Molon, eu não me engano, para Senador é Ceciliano”.
"Vamos à vitória na luta pelo Senado. Nós temos apoios de quatro partidos (PSB, PSOL, Rede e Cidadania) e vamos vencer essas eleições", prosseguiu.
A disputa é um dos principais imbróglios entre os partidos nas costuras políticas nacionais. O PT e Freixo afirmam que houve um acordo prévio em que Molon deveria retirar sua candidatura, caso o candidato ao governo conseguisse se mostrar competitivo e conseguisse apoio de vários partidos. Molon, por outro lado, afirma que não ocorreu um “acordo”, mas “conversas iniciais”. Ele garante que não irá retirar sua candidatura.
Preterido até aqui em agendas de Lula neste giro do petista pelo Rio, Molon não subiu ao palco no encontro do petista com representantes do samba e do carnaval, na quarta-feira. Além disso foi recebido somente por Alckmin para conversas políticas, enquanto Ceciliano e Freixo estiveram em praticamente todas agendas de Lula. O pré-candidato do PSB ao Senado, contudo, reuniu artistas e lideranças de partidos como PSOL e Rede que endossam seu nome contra o de Ceciliano.
Segundo fontes do PT, a palavra final de Lula sobre seu palanque no Rio depende ainda de suas conversas com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Após cerca de 1h de ato, um explosivo caseiro foi atirado do lado de fora dos tapumes que delimitam a área destinada ao público do comício. O dispositivo, feito com pavio ligado a uma garrafa PET preenchida com um material similar a fezes humanas, detonou após alguns segundos, espalhando os excrementos perto do público e deixando forte odor. Segundo a equipe de segurança, ainda não foi identificado quem atirou o objeto do lado de fora. Ninguém ficou ferido. O ato assustou o público que se concentrava próximo ao palco, no lado direito, nas imediações do Theatro Municipal. Um suspeito foi detido e encaminhado à delegacia.
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