Conselho pede reunião emergencial de Assembleia Geral da ONU

Encontro acontecerá amanhã (28); Rússia votou contra, China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram na decisão

Sede da ONU em Nova Iorque, nos Estados Unidos
Foto: Public Domain
Sede da ONU em Nova Iorque, nos Estados Unidos

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (27) uma resolução pedindo uma reunião de emergência da Assembleia Geral para tratar da ação militar da Rússia na Ucrânia. Foram 11 votos de membros do Conselho favoráveis à realização da reunião de emergência da Assembleia Geral. A Rússia votou contra e China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. A reunião emergencial da Assembleia Geral da ONU vai acontecer amanhã (28).

Na reunião desta tarde, o Conselho de Segurança aprovou a invocação de um mecanismo chamado Unidos pela Paz (Uniting for Peacem, em inglês), com base na Resolução 377 da Assembleia Geral, aprovada em 1950.A resolução diz que a Assembleia Geral, composta pelos 193 países-membros, também pode tomar medidas se o Conselho de Segurança não agir em caso de ameaça ou uma violação da paz, ou um ato de agressão, em razão do veto de um de seus cinco membros permanentes.

A assembleia pode considerar o assunto imediatamente com a intenção de fazer recomendações aos Estados-membros para tomarem medidas coletivas para manter ou restaurar a paz e a segurança internacionais.

Na sexta-feira (25) a Rússia, um dos cinco países-membros com poder de veto, votou contra uma resolução que condenava a invasão à Ucrânia. Esta foi a primeira vez desde 1982 que o Conselho de Segurança pede uma sessão de emergência da Assembleia Geral.

Quarto dia de conflito

Na última quinta-feira, o presidente da Rússia Vladimir Putin ordenou que as tropas que já faziam exercícios militares nas fronteiras invadissem a Ucrânia. O presidente russo não aceita o interesse do país vizinho em integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do ocidente.

Durante à noite, os bombardeios se intensificam em endereços militares, mas ao contrário do que afirmam os militares russos, bombas e mísseis já atingiram residências, hospitais, escolas e outras instalações civis. Até este domingo, estima-se que cerca de 210 ucranianos tenham morrido, e 4,3 mil russos - a Rússia não divulga números oficiais de vítimas, apenas os equipamentos militares destruídos.

Na madrugada de hoje, a segunda maior cidade do país, Kharkiv, foi bombardeada. Um prédio de nove andares com civis foi atingido por um míssil - uma mulher morreu e 20 pessoas precisaram ser evacuadas. Outros 60 moradores estavam em um abrigo em uma área subterrânea e não se feriram.

O ministro ucraniano do Interior, Evgeny Yenin, informou à CNN que Rússia e Ucrânia conversam de maneira informal para iniciar a negociação de um cessar-fogo amanhã (28).

Mais de 4 mil pessoas já foram presas na Rússia em protestos contra a Guerra. Na quinta-feira, o Comitê de Investigação da Rússia informou que a participação em qualquer protesto contra a guerra na Ucrânia era ilegal. O órgão russo também afirmou que ofensas poderiam ser inscritas nos registros criminais dos participantes.

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