Primeiro mês: Joe Biden estabelece a volta da 'política tradicional' nos EUA

Nos primeiros 30 dias à frente dos Estados Unidos, Joe Biden recolocou o país em tratados e órgãos internacionais

Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
Joe Biden mostrou que seu governo seguirá os ideais da política tradicional

O último sábado (20) marcou o fim do primeiro mês de Joe Biden no comando da maior potência mundial e já foi possível identificar qual será a principal diferença de seu governo para o de Donald Trump : a volta da política tradicional .

De início, o democrata acenou para a mudança de postura e confirmou, em seu discurso de posse, que o fim da polarização seria um dos seus ideais: "Vamos acabar com a recusa de democratas e republicanos de trabalhar junto porque isso é uma escolha. Se podemos escolher não cooperar, podemos também escolher cooperar ."

Principais pautas democratas

Preocupação com o meio ambiente , controle da pandemia , promoção da diversidade social e inclusão de imigrantes . Essas são as principais bandeiras do governo que sucede Donald Trump.

Sob um dos mais diversificados gabinetes americanos da história, Joe Biden anunciou que suas primeiras medidas seriam retornar ao Acordo de Paris - tratado que visa desacelerar o aquecimento global - e cancelar a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O líder democrata , numa sequência de decretos, colocou a sua agenda em pauta. Derrubou a proibição militar de transgêneros nas forças armadas americanas, aumentou as admissões de imigrantes refugiados no país e anunciou que os EUA terão todas as doses necessárias para vacinar a população norte-americana disponíveis em julho .

Ponto em comum

As capas de jornais não mais destacam as falas do ex-presidente Donald Trump . O novo presidente democrata segue numa empreitada de " revogar " os principais ações trumpistas. Mas engana-se quem pensa que Trump e Biden são opostos. Há um ponto em que ambos convergem: a forte política externa .

Desde o início de Joe Biden à frente da Casa Branca , a relação entre EUA-China não melhorou e continua tensa . Sinal de que tanto republicanos quanto democratas enxergam o país oriental como um adversário econômico, político e ideológico.


E como fica a América Latina?

Os países latino-americanos não se beneficiarão da mudança no comando estadunidense. Assim como no governo anterior, Biden tende a dar preferência ao NAFTA - Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio entre EUA, México e Canadá - e ter uma distante relação com o resto do continente.

Já o Brasil e o Itamaraty possuem um grande desafio nos próximos meses: criar boas relações diplomáticas com Joe Biden . Vale lembrar que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) apoiou declaradamente Donald Trump nas eleições norte-americanas, questionou a vitória de Biden e foi um dos últimos chefes de estado a parabenizá-lo.