Justiça determina que acusado de matar a mãe na Barra da Tijuca continue preso
Crime aconteceu na madrugada do último domingo; Igor Gomes Moraes Alves foi capturado em flagrante
Por Agência O Globo |
O juiz Antonio Luiz da Fonseca Lucchese, da Central de Custódia do Rio, determinou que Igor Gomes Moraes Alves, de 29 anos, acusado de ter matado a própria mãe, continue preso. Na decisão, tomada nesta quarta-feira, o magistrado converteu em preventiva a prisão em flagrante do homem.
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Igor foi capturado por policiais civis na madrugada do último domingo por ter espancado até a morte sua genitora, Lucia Regina Gomes Alves, no apartamento onde ela morava, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Em sua decisão, o juiz afirmou que conforme relatos de agentes da Delegacia de Homicídios da capital, responsável pela prisão, Igor, que confessou o crime, narrou os fatos “com requintes de crueldade e sem apresentar qualquer remorso”.
O magistrado cita ainda que após ter espancado a mãe, o rapaz fugiu do local do crime para seu apartamento, o que demonstar haver risco de fuga caso fosse concedido ao acusado o direito de responder em liberdade. Igor está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, as audiências de custódia não estão mais ocorrendo no Rio. As prisões estão sendo avaliadas por juízes e promotores da chamada Central de Custódia, mas sem que a audiência ocorra.
Conforme revelado no início desta semana, Igor confessou à polícia ter matado a mãe. Segundo informaçõs da delegada Cristiane Carvalho, da Delegacia de Homicídios da capital, o rapaz descreveu que primeiro deu socos na cabeça da mãe, depois a asfixiou, colocou os dedos em seus olhos e, por fim, chutou a cabeça da idosa.
A Delegacia de Homicídios ainda investiga a motivação do crime. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Igor foi à casa da mãe no sábado e houve uma intensa discussão entre ambos. A briga chamou a atenção dos vizinhos, que acionaram o síndico do condomínio da vítima.
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O homem interfonou para o apartamento de Lúcia e foi Igor quem atendeu, aparentando estar alterado. No entanto, o rapaz disse ao síndico que estava tudo bem no apartamento.
Após ter recebido a ligação, Igor desceu pela escada de incêndio e pulou o muro do prédio. Os policiais da DH foram acionados e, ao chegarem ao apartamento da vítima, havia um endereço escrito em um papel que estava em cima da mesa. Eles foram ao local e descobriram que era onde Igor residia.
Chegando ao prédio, em um condomínio de luxo também na Barra da Tijuca, foram informados pelo porteiro de que o jovem havia chegado fazia pouco tempo e parecia estar alterado.
Os policiais subiram até o apartamento de Igor e o encontraram dormindo. Ele foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio. No local, os agentes encontraram uma mala com documentos de Lúcia e cerca de R$ 600 em espécie.
Solto na véspera do crime
Igor havia sido preso em flagrante por policiais militares na última quinta-feira (4), acusado de tráfico de drogas. O homem foi abordado por agentes do Programa Barra Presente, que receberam denúncia sobre um homem que estava em atitude suspeita dentro de um Honda Civic preto parado na praia da Barra.
Dentro do carro, os PMs encontraram um recipiente de vidro com maconha, duas pedras de cocaína e uma balança. Igor foi levado para a 16ª DP (Barra da Tijuca), onde foi autuado por tráfico de drogas.
No sábado, assistido por um advogado pago pela mãe na audiência de custódia, Igor foi solto pelo juiz, sob alegação de que o crime cometido por ele era sem violência ou grave ameaça, além de o rapaz não ter anotações em sua ficha criminal.
Além disso, o magistrado frisou a recomendação dada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para que a prisão seja mantida apenas em casos excepcionais. No próprio sábado, Igor foi liberado.
Aos agentes da DH, ao ser preso, Igor relatou que havia sido recentemente preso e afirmou não trabalhar. Ele disse que se sustentava com uma mesada da mãe. O pai de Igor faleceu há cerca de 15 anos.