Interferência na PF: PGR quer mais um mês para investigar Bolsonaro

Investigação foi aberta há um mês no STF e tem o objetivo de determinar se o presidente tentou ou não interferir na PF

Augusto Aras faz pedido por prorrogação de mais um mês no inquérito que investiga Bolsonaro
Foto: Reprodução
Augusto Aras faz pedido por prorrogação de mais um mês no inquérito que investiga Bolsonaro

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, recomendando a prorrogação por mais um mês do inquérito que investiga se o presidente  Jair Bolsonaro tentou intervir de forma ilegal nas atividades da Polícia Federal.

A apuração foi aberta a partir de acusação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

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Aras pediu a instauração do inquérito ao Supremo em 28 de abril, com prazo inicial de dois meses para a conclusão das investigações. Embora o prazo ainda não tenha terminado, depois um mês, a Polícia Federal pediu mais 30 dias para concluir as investigações.

A tendência é que o relator, ministro Celso de Mello, conceda o prazo, já que ele está incluído no período inicialmente previsto para a tramitação do inquérito.

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Segundo a PF, o prazo será necessário para serem cumpridas “diversas diligências de polícia judiciária já determinadas pelas autoridades policiais que atuam na presente investigação criminal” para a conclusão do inquérito.

O procurador-geral concordou com a proposta. Celso de Mello deve tomar a decisão sobre o prazo das investigações em breve.

Também nesta segunda-feira, entrou no STF um pedido do senador Otto Alencar (PSD-BA) para abrir um novo inquérito para apurar suposta disseminação de fake news pelo presidente Bolsonaro. O parlamentar cita uma mensagem enviada por Bolsonaro a Moro em 22 de abril com acusações a adversários políticos na Bahia.

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A mensagem é anônima, mas atribuída a Bolsonaro. Nela, o presidente teria afirmado que o governador da Bahia, Rui Costa (PT), teria contratado uma empresa do filho de Otto Alencar, sem licitação, para gerir o Hospital Espanhol em Salvador. Essa mensagem integra o inquérito que apura se o presidente interferiu indevidamente na PF.

Caberá a Celso de Mello decidir se arquiva o pedido do senador, ou se encaminha para a PGR opinar se é o caso de abrir ou não um novo inquérito.