Asilo concentra quase todos os casos de Covid-19 em cidade de Santa Catarina

Município Antônio Carlos, que não tem hospital e conta apenas com um Centro de Saúde, está em situação de calamidade pública

A prefeitura passou a exigir relatórios diários sobre a situação dos idosos e dos funcionários
Foto: Foto: Pixabay/Hank Williams
A prefeitura passou a exigir relatórios diários sobre a situação dos idosos e dos funcionários

Quatro moradores de um asilo da cidade de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, morreram com diagnóstico de  Covid-19 e outros nove têm a doença.

De acordo com reportagem publicada pelo G1, a casa de repouso contabiliza sozinha praticamente todos os casos de Covid-19 da cidade de pouco mais de 8,5 mil habitantes. O município, que não tem hospital e conta apenas com um Centro de Saúde, está em situação de calamidade pública.

De acordo com os números da prefeitura, são 13 os casos do novo coronavírus, dos quais 11 no asilo. O estado, porém, considera 11 o total de infectados, sem detalhar a quantidade na casa de repouso. Até a manhã deste sábado (18), Santa Catarina contabilizava 31 mortes e 962 pacientes com Covid-19.

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Desde a chegada da doença, a rotina do asilo mudou. A instituição passou por sanitização e as visitas estão suspensas desde 15 de março.

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Dos nove idosos com a doença no asilo, oito estão no local, isolados nos quartos, de onde saem somente uma vez por dia, para tomar banho de sol. A 9ª vítima está na enfermaria de um hospital particular na Grande Florianópolis e o estado de saúde é estável.

A prefeitura da cidade passou a exigir relatórios diários sobre a situação dos idosos e dos funcionários. Durante ao menos duas semanas as informações foram repassadas pela enfermeira-chefe da casa, pois o médico pediu demissão. A Secretaria de Saúde municipal diz, porém, que não é possível relacionar as mortes à falta de um profissional da área no local.

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"Não acho que se tivesse médico ali não teriam falecido. São todos idosos com muitas comorbidades. Pega um quadro desse e mais a Covid-19, não tem como. E além disso eles têm enfermeiras e chamam um serviço 24h com remoção hospitalares nas emergências"', disse a secretária de Saúde Solange Aparecida Schmitz Kremer, em entrevista ao G1. 


Não há legislação que obrigue as ILPIS a terem médicos em seu quadro de funcionários, mas há recomendações nesse sentido. O novo profissional começou a trabalhar após a última morte registrada.