Destituída pela Assembleia Constituinte do presidente Nicolás Maduro, a ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, pediu asilo político à Colômbia. A notícia foi confirmada nesta sexta-feira (18) por autoridades da capital colombiana Bogotá e encerra rumores sobre o destino de Díaz, que fugira de seu país após sua casa ter sido alvo de uma operação dos serviços de inteligência de Caracas, capital venezuelana.

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Acompanhada do marido, o deputado chavista Germán Ferrer, e de outros dois funcionários, a ex-procuradora da  Venezuela chegou à Colômbia ainda na sexta-feira. Dissidente do grupo chavista, Díaz rompeu com o governo após o Tribunal Supremo de Justiça ter anulado as prerrogativas do Parlamento venezuelano, no fim de março. A ex-procuradora garante ter provas de esquemas de corrupção envolvendo Maduro e a empreiteira brasileira Odebrecht.

Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora da Venezuela, diz estar sendo perseguida por agentes do governo
Reprodução/Twitter
Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora da Venezuela, diz estar sendo perseguida por agentes do governo

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Em entrevista concedida à agência de notícias "Reuters" no dia 10 de agosto, Díaz afirmou temer por sua vida enquanto estivesse em território venezuelano. "Não sei quais intenções sombrias e planos sombrios eles podem ter", disse. "Estou sendo permanentemente perseguida. Sempre há um carro me seguindo, parando onde eu paro, pessoas tirando fotos de mim nos lugares onde vou".

No início do mês de agosto, antes da destituição da procuradora pela Assembleia Constituinte pró-governo, o Ministério Público da Venezuela havia enviado dois representantes ao Brasil para ouvir o casal de marquteiros João Santana e Mônica Moura sobre as denúncias de que funcionários chavistas teriam recebido propina da Odebrecht. À Procuradoria-Geral da República, em março, Mônica admitiu ter trabalhado para o governo de Hugo Chávez.

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Segundo o depoimento, ela e seu marido receberam US$ 11 milhões em dinheiro vivo para realizar a campanha de Chávez à Presidência da Venezuela, em 2012. A quantida teria sido entregue por Maduro, então chanceler do país. Ao mesmo tempo, Díaz e Ferrer são acusados por Tarek William Saab, novo chefe do Ministério Público venezuelano e fiel ao governo, de ter liderado uma "quadrilha de extorsão" e uma "máfia transnacional" para chantagear pessoas investigadas.

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