Kim Kataguiri e Fernando Holiday, dois dos responsáveis pelo MBL, acusado de divulgar boatos sobre Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março
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Kim Kataguiri e Fernando Holiday, dois dos responsáveis pelo MBL, acusado de divulgar boatos sobre Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março

Depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) em uma rua no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, uma onda de notícias falsas que difamavam a líder comunitária correu pela internet. Um estudo realizado pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo conseguiu rastrear, se não os caluniadores que fabricaram as falsas notícias, seus principais propagadores.

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De acordo com o estudo, divulgado pelo site do jornal O Globo , foram dois os principais responsáveis pelos compartilhamentos das informações falsas: o site Ceticismo Político e o MBL (Movimento Brasil Livre, que se popularizou durante as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff).

Até a noite de quinta (22), as notícias falsas divulgadas pelo Ceticismo Político tinham mais de 360 mil compartilhamentos no Facebook. A página, assim, foi a que alcançou mais usuários nas redes com os boatos sobre Marielle.

Entre as mentiras, estava a de que Marielle teria se relacionado com o traficante Marcinho VP e estaria ligada ao Comando Vermelho, grupo de criminosos no Rio de Janeiro. O MBL replicou a publicação do site, fazendo-a alcançar milhares de outros internautas e ampliando a repercussão das mentiras – somente no Twitter, elas chegaram a mais de um milhão de pessoas.

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O compartilhamento dos boatos se deu de forma quase simultânea nas páginas do Ceticismo Político e do MBL no Facebook, o que gerou dúvidas sobre uma possível ligação entre os dois.

O site noticioso é administrado por Luciano Ayan, autor que já teve textos analíticos replicados pelo MBL anteriormente. O domínio do site está registrado por uma empresa dinamarquesa, o que oculta o real responsável pelo site.

Já as páginas de Ayan na internet não contam com fotos, e tampouco foram encontradas informações sobre ele em bancos de dados públicos.

Procurado pelo O Globo , os administradores do Ceticismo Político afirmaram que têm uma relação “extremamente positiva” com o MBL. Já o MBL disse que não conhece Ayan e que não administra seus perfis na internet.

Sobre terem compartilhado os boatos da página, afirmaram que o fizeram pois “compartilham o que bem entendem e preferem acreditar na mídia independente”.

O PSOL já adiantou que está reunindo informações sobre os divulgadores de boatos sobre Marielle e que irá acioná-los judicialmente.              

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