O Indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips
Reprodução - 06/06/2022
O Indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips

Dois corpos ainda não identificados foram encontrados na região do Vale do Javari, no Amazonas, na qual o indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips estão desaparecidos desde o último domingo. A informação foi confirmada nesta quarta-feira.

No último domingo, a Polícia Federal (PF) confirmou que foram encontrados uma mochila e documentos pertencentes à dupla. Na sexta-feira, a PF também informou ter encontrado "material orgânico aparentemente humano" na região.

O desaparecimento da dupla foi alertado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) na segunda-feira. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.

Até o momento, dois suspeitos foram presos: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, e o irmão dele, Oseney da Costa Oliveira, conhecido como "Dos Santos". Uma testemunha chave afirmou ter visto Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições pouco depois que Pereira e Phillips deixarem a comunidade de São Rafael com destino à Atalaia do Norte, na manhã do último domingo, data em que foram vistos pela última vez.

Lavagem de dinheiro e pesca ilegal

A Polícia Federal investiga um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais pode estar relacionado ao desaparecimento da dupla.

O GLOBO apurou que apreensões de peixes que seriam usados no esquema foram feitas recentemente por Pereira, que acompanhava indígenas da Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Javari (Unijava). As embarcações levavam toneladas de pirarucus, peixe mais valioso no mercado local e exportado para vários países, e de tracajás, espécie de tartaruga considerada uma especiaria e oferecida em restaurante sofisticados dentro e fora do país.

A ação de Pereira contrariou o interesse do narcotraficante Rubens Villar Coelho, conhecido como "Colômbia", que tem dupla nacionalidade brasileira e peruana. Ele usa a venda dos animais para lavar o dinheiro da droga produzida no Peru e na Colômbia, que fazem fronteira com a região do Vale do Javari, vendida a facções criminosas no Brasil. Há suspeita de que ele teria ordenado a Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, a colocar a “cabeça de Bruno a leilão”.

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