Supremo Tribunal Federal (STF)
Divulgação/Agência Brasil/Walter Campanato
Supremo Tribunal Federal (STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou nesta quinta-feira o compartilhamento das mensagens obtidas pela Operação Spoofing — que apura a invasão de celulares de autoridades públicas, como o ex-juiz Sergio Moro e procuradores que atuaram na Lava Jato — com a Controladoria-Geral da União (CGU).

O órgão de controle pediu ao ministro do Supremo o acesso à mensagens para decidir sobre a abertura de processo administrativo contra o ex-presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel de Oliveira Lima, e a delegada da Polícia Federal Erika Marena, um dos principais nomes da Lava-Jato na corporação.

“Nada impede, como já consignei anteriormente, ao decidir pedidos semelhantes ao presente, sejam fornecidas cópias de documentos encartados nestes autos aos interessados, desde que não estejam cobertos pelo segredo de Justiça“, afirmou Lewandowski na decisão que autorizou o compartilhamento.

O pedido é baseado em reportagens que apontam que Marena teria lavrado o depoimento de uma testemunha que não foi ouvida de fato. Leonel é suspeito de acessar indevidamente na Receita dados de ministros do STJ.

A CGU relata no ofício encaminhado ao STF que solicitou as mensagens à 10ª Vara Federal de Brasília, mas teve o pedido negado pelo juiz Ricardo Leite. Agora, para "que seja possível dar continuidade à apurações empreendidas por esta Corregedoria-Geral da União" sobre a delegada da PF e o ex-auditor fiscal da Receita Federal, o órgão de controle pede que o ministro determine à Justiça Federal o compartilhamento dos dados — que classifica como fundamentais "para a promoção da responsabilização administrativa".

Você viu?

No pedido, assinado pelo corregedor-geral da União, Gilberto Waller Junior, o órgão esclarece que o pedido de compartilhamento diz respeito apenas "às provas envolvendo a Delegada de Polícia Érica Mialik Marena, relativos à suposta prática de forjar depoimento de delator" e aos dados específicos sobre o ex-auditor fiscal da Receita Federal Roberto Leonel.

"Assim, considerando que a Controladoria-Geral da União encaminhou requerimento a esta Suprema Corte, no qual solicita elementos “especificamente quanto às provas envolvendo o ex-Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Roberto Leonel de Oliveira Lima, e as relativas à suposta prática de forjar depoimento de delator, atribuída à Delegada de Polícia Federal Érika Mialik Marena”, com a finalidade de “dar continuidade a apurações empreendidas por esta Corregedoria- Geral da União”, autorizo o compartilhamento dos dados com o referido conteúdo juntados à presente reclamação", entendeu Lewandowski.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!