Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Ricardo Stuckert
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A Polícia Federal ( PF ) entregou à defesa do ex-presidente Lula (PT) , na noite da última segunda-feira (12), as mensagens hackeadas de procuradores da Operação Lava-Jato que constavam em material apreendido pela Operação Spoofing, em 2019.

Os advogados de Lula retiraram os dados, com aproximadamente sete terabytes de informação, na Superintendência da PF do Distrito Federal. O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), autorizou o procedimento, a pedido da defesa do petista.

Em informe enviado a Lewandoski, os advogados do ex-presidente disseram que a entrega dos dados ocorreu sem a checagem dos HDs na Superintendência da PF para confirmar se todas as informações foram de fato gravadas.

A defesa ainda disse que já começou a periciar o conteúdo e que irá informar ao magistrado se a decisão foi "atendida em sua plenitude" ou se haverá "necessidade de informações adicionais".

As mensagens são consideradas relevantes pela defesa de Lula porque envolvem diálogos dos procuradores sobre processos que tramitavam no âmbito da Lava-Jato.

Lula foi preso em abril de 2018 após ser condenado em uma ação penal originada pela operação: o caso do tríplex no Guarujá (SP). O portal "The Intercept Brasil" divulgou parte das conversas numa série de reportagens.

Os advogados de Lula esperam que o STF considere o teor delas ao julgar um pedido de habeas corpus que tornaria Moro suspeito para julgar os processos sobre o petista, facilitando anulações favoráveis ao político.

No dia 28 de dezembro do ano passado, Lewandowski determinou esse compartilhamento dos dados hackeados. No entanto, a decisão foi descumprida por Waldemar Cláudio de Carvalho, que era o responsável pelo plantão da 10ª Vara Federal Criminal do DF.

Somente no dia 4 de janeiro, a Vara anunciou que cumpriria a decisão do ministro, sob direção do juiz plantoinista Gabriel Zago Capanema Vianna de Paiva.


Operação Spoofing

A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em 23 de julho de 2019, com o objetivo de investigar as invasões às contas de Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à operação Lava Jato.

Foram alvos dos hackers , entre outras autoridades, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro , o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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