Augusto Aras retoma processo para delação que pode atingir amigo de Moro
Isac Nóbrega/PR
Augusto Aras retoma processo para delação que pode atingir amigo de Moro

O procurador geral da república, Augusto Aras, retomou o acordo para conseguir uma delação premiada com o advogado Rodrigo Tecla Duran, que tem como mira um amigo de Sérgio Moro.

O amigo de Moro é o também advogado Carlos Zucolotto, que, inclusive, foi padrinho de casamento do ex-ministro.

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A denúncia

As alegações são de que Rodrigo Tecla Duran teria pagado cinco milhões de dólares a Zucolotto para obter vantagens em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato, em 2016. O acordo incluiria a diminuição do valor da multa de Duran, que era acordada em R$ 55 milhões.

Em 2018, a PGR investigou e arquivou o processo, com a justificativa de que faltaram provas que comprovassem o crime.

O advogado Tacla Duran está foragido no exterior desde novembro de 2016, quando foi alvo de um mandado de prisão determinado por Sérgio Moro. Duran tentou negociar uma delação, mas, de acordo com fontes que acompanharam as negociações, ele não queria admitir que atuou como operador financeiro de contas da Odebrecht fora do Brasil.

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Tecla Duran é réu em quatro ações da Lava Jato, acusado de organizar esquemas de lavagem de dinheiro para empreiteras e partidos políticos.

Por meio de nota, o advogado Sebastian Suárez, que defende Duran, afirmou que ele tem status de testemunha protegida. "A condição de testemunha protegida enseja uma série de medidas de proteção e segurança, entre elas sigilo amplo e irrestrito".

Carlos Zucolotto disse que nunca conversou diretamente com Tacla Duran e que apenas foi contratado pela irmã dele para extração de cópias em processos de execução fiscal.

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A retomada das tratativas para a delação de Tecla Duran, por parte de Aras, acontecem no momento em que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, acusa o presidente Bolsonaro de tentar interferir na PF.

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