Presidente do Senado disse que declarações de Bolsonaro são
Isac Nóbrega/PR
Presidente do Senado disse que declarações de Bolsonaro são "páginas viradas" para a Casa


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, nesta quarta-feira, que os insultos proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro à jornalista Patrícia Campos Mello são uma página virada. Alcolumbre disse que, após esse episódio, é preciso mais respeito à liberdade de imprensa.

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"Do ponto de vista da instituição do Senado da República, acho que foi um episódio que é uma página virada, porque já aconteceu. Mas que a gente possa, daqui para frente, conduzir com mais respeito, com mais atenção, porque vocês são atores importantes no fortalecimento das instituições. A imprensa é fundamental, a liberdade de imprensa é fundamental e a gente tem que proteger, isso está assegurado na Constituição", declarou o presidente do Senado, após se reunir com o governador de São Paulo, João Doria.

Falando por si, e não como presidente do Senado, o parlamentar disse lamentar o ocorrido. No entanto, ressaltou quue "isso cada um conduz da sua maneira.

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Na manhã da última terça-feira, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que a jornalista da "Folha de São Paulo" teria sugerido relação sexual de troca de "um furo". Ao dar essa conotação sexual, o presidente se referia, indiretamente, ao depoimento, na CPI da Fake News, de Hans River, ex-funcionário de uma empresa de disparos por Whataspp. River insinuou que a repórter teria pedido informações em troca de sexo. Patrícia desmentiu todas as acusações, divulgando troca de mensagens entre os dois.

Alcolumbre defendeu a CPI das Fake News. Disse que milhões de brasileiros têm sido vítimas de notícias falsas. Lembrou que, certa vez, divulgaram um vídeo, com conotação sexual, em que ele e o pai estavam dançando.

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Doria pede mais respeito à imprensa

Ao lado de Alcolumbre , o governador de São Paulo, João Doria, condenou o tratamento dado à jornalista pelo presidente da República. Doria disse que tanto ele, como outros governadores, se solidarizaram com Patrícia Campos Mello. Segundo o governador, não há democracia sem respeito à imprensa.

"Eu sou jornalista também, mas sou cidadão, sou brasileiro e sou um defensor da democracia. Sou filho de um deputado cassado pelo golpe militar de 1964. Aprendi o que é democracia com a dor que meu pai viveu no exílio e eu vivi com ele também. Não há democracia sem respeito à imprensa. Desrespeitar a imprensa é afrontar a democracia. Desrespeitar uma mulher jornalista é desrespeitar a sensibilidade que cabe a um cidadão e, principalmente, a um dirigente da nação em relação a uma jornalista mulher - afirmou o governador paulista.

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