Hans falou na CPI das fake news
TV Câmara/Reprodução
Hans falou na CPI das fake news

A relatora da CPI das Fake News , deputada Lídice da Mata (PSB-BA), quer que o colegiado avalie a possibilidade de entrar com representação no Ministério Público (MP) contra Hans River do Nascimento por falso testemunho. Na terça-feira, o ex-funcionário da Yacows, agência que faz envios múltiplos de conteúdo via WhatsApp, depôs diante do colegiado e fez ataques à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo . Mais tarde, reportagem do jornal desmentiu as declarações de Hans River.

"Depois do depoimento, houve manifestação da jornalista atacada que contestou ponto a ponto as declarações do depoente, o que constitui no mínimo uma possibilidade de testemunho falso. Comuniquei ao presidente da comissão que deveríamos tomar posicionamento, como uma representação ao Ministério Público por falso testemunho. Mas, independentemente das ações da CPI, podemos tomar essas decisões individualmente", disse Lídice.

A declaração foi dada em nova reunião da CPI, que, nesta quarta-feira, recebe representantes de empresas de telefonia.

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O presidente do colegiado, Angelo Coronel (PSD-BA), disse que orientou sua assessoria a convidar a jornalista para dar seu depoimento na próxima semana, como possibilidade de contestar as declarações de Hans River. Para Coronel, Patrícia foi vítima de afirmações "covardes" e de "baixo calão".

Convite

O senador Humberto Costa (PE) anunciou que o PT protocolará na Procuradoria-Geral da República (PGR) notícia-crime contra Hans River do Nascimento. E defendeu que ele seja ouvido novamente pela CPI.

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"Estamos apresentando à PGR uma notícia-crime contra o depoente de ontem, que aqui prestou falso testemunho e que queremos que haja processo de investigação, processo criminal contra ele, que aqui agrediu reputação de pessoas que não estavam aqui. No momento adequado, ele deve retornar à Casa, quando tivermos de posse da comprovação ou não das informações que ele deu."

O depoimento de Hans River do Nascimento era sobre a reportagem escrita por Patrícia noticiando que empresas contrataram o envio em massa de mensagens via WhatsApp com conteúdo crítico à candidatura do PT. A Yacows teria explorado comercialmente a prática. Hans River negou ter repassado informações à repórter durante a eleição de 2018, o que foi desmentido pelo jornal, que exibiu documentos e mensagens das conversas entre os dois.

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Hans River afirmou que foi procurado inicialmente para falar sobre um livro que estava lançando à época, e não sobre o trabalho na Yacows. Ele também negou ter dividido com a repórter documentos sobre a atuação da empresa. A “Folha”, no entanto, divulgou registros de conversas que mostram, entre outros momentos, a abordagem inicial de Patrícia ao entrevistado, na qual ela deixa claro que está elaborando uma reportagem sobre os disparos em massa. O material também esclarece que o ex-funcionário enviou arquivos internos da empresa à jornalista, embora tenha negado que o fez durante seu depoimento.

Hans River também afirmou que Patrícia “se insinuou” e que pretendia “sair” com ele. Os registros mostrados pelo jornal, no entanto, mostram que ele convidou a repórter para acompanhá-lo em um show e ela não aceitou.

"Ela (Patrícia) queria sair comigo e eu não dei interesse para ela. Ela parou na porta da minha casa e se insinuou para entrar, com o propósito de pegar a matéria", relatou Hans River.

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