Presidente Jair Bolsonaro
Jorge William / Agência O Globo
Presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro pediu "calma" aos seus seguidores nas redes sociais, em vídeo publicado na manhã desta sexta-feira (24), e solicitou que eles não "potencializem" as discordâncias que tenham com o governo. Bolsonaro ainda pediu para ser criticado quando "realmente errar", e não por ideias "em fase de gestação".

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As declarações ocorrem após reações de apoiadores do governo à ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública, o que enfraqueceria o ministro da Justiça, Sergio Moro, que atualmente é responsável pela área. "Não espere que eu esteja 100% contigo, nem no casamento dá 100%. E aqui tem coisa que a gente destoa. Agora, não potencializem isso. E me critiquem quando eu realmente errar. Se eu errar, desce o cacete. Enquanto está em fase de gestação, discussão, estudo, calma, pessoal, calma aí, senão, não vai dar certo", disse Bolsonaro no vídeo, feito dentro de um carro, em Nova Délhi, na Índia.

Apesar de não se referir ao debate sobre o Ministério da Segurança, Bolsonaro afirmou que acompanha as redes sociais "apesar da internet no avião ser muito fraca", indicando que estava tratando de uma discussão que ocorreu enquanto ele viajava para a Índia. Ele ainda atribuiu a derrota eleitoral do ex-presidente da Argentina Mauricio Macri a críticas semelhantes a que ele recebe.

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"Faço um apelo ao pessoal do Brasil, a gente acompanha o que acontece, apesar de a internet no avião ser muita fraca, é impressionante como as pessoas escrevem coisas da cabeça, assim, sem qualquer fonte, sem qualquer origem, e partem de forma agressiva nos comentários. Calma, pessoal. O povo da Argentina tratou o Macri de forma semelhante. Olha quem voltou para lá, a turma da Kirchner, turma da Dilma, do Lula, turma do Foro de São Paulo".

Durante a quinta-feira, Bolsonaro foi criticado por apoiadores por ter dito que estudava a recriação do Ministério da Segurança Pública. O presidente rebateu várias dessas reclamações, respondendo a comentários feitos em publicações suas no Facebook. Em muitos desses comentários, Bolsonaro publicou um texto do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que dizia que a proposta não é de Bolsonaroe e pedia para os apoiadores confiarem no presidente. A mesma mensagem já havia sido publicada no perfil de Bolsonaro.

Em outros comentários, Bolsonaro deu respostas diferentes. A uma pessoa, que questionou porque Moro não participou de uma reunião com secretários de Segurança Pública realizada na quarta-feira no Palácio do Planalto, o presidente ironizou: "quase todo o dia recebo médicos, logo deveria sempre chamar o ministro da saúde, ok?". A outro apoiador, que reclamou da proposta apresentada pelos secretários de recriar o ministério, Bolsonaro disse receber "dezenas de propostas por mês" e afirmou que "essa foi mais uma".

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O presidente também fez referência à derrota de Macri ao responde a um seguidores que disse para ele não dar "munição" para seus inimigos. "Simples. Está aí a Argentina", limitou-se a escrever. Bolsonaro ainda mandou "um abraço" a uma pessoa que apontou para outros apoiadores que ele foi eleito sem o apoio de Moro.

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