IstoÉ

Advogada
Daniel Marenco / Agência O Globo
Karina será a tesoureira da nova legenda e aumentará ainda mais seu poder junto ao clã Bolsonaro

Nos bastidores da política em Brasília, a advogada Karina Kufa é a mulher mais forte da família Bolsonaro. Ela era uma advogada do baixo clero em São Paulo, mas na campanha de 2018 se aproximou do deputado Eduardo e de seu pai. Graças a isso, recebeu R$ 100 mil para fazer a prestação de contas da campanha. Com prestígio junto aos Bolsonaros, propôs um contrato de R$ 1 milhão ao PSL para fazer o “compliance” de 14 doadores da campanha de Jair, mas o advogado Gustavo Bebianno, então coordenador da campanha, não permitiu. Afinal, havia um grupo de advogados, coordenado por Thiago Ayres e Aldairton Carvalho, que trabalhava sem nada cobrar. Depois da eleição, ela passou a receber R$ 40 mil por mês do PSL e faturou R$ 100 mil na defesa da senadora juíza Selma, hoje no Podemos.

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Marketing

A única que queria ser bem paga no PSL era a própria Kufa. Ela chegou a propor um contrato de marketing de R$ 500 mil ao partido, novamente barrado por Bebianno. Mas, com respaldo de Eduardo, foi tomando conta do “jurídico” da legenda. Depois da crise dos Bolsonaros com o PSL, a advogada foi demitida pelo presidente da sigla, Luciano Bivar.

Tesoureira

Atualmente, Karina Kufa está cuidando da criação da “ Aliança pelo Brasil ”, o novo partido do clã, que deverá ser presidido pelo presidente e terá como vice seu filho, o senador Flávio . Até o caçula do presidente, Renan, terá assento como vogal no novo partido. Sintomaticamente, Karina será a tesoureira da nova legenda.

Rápidas

* O jornalista Alberto Luchetti entrou na Justiça para cobrar uma dívida de campanha no valor de R$ 1,6 milhão que o ex-governador Márcio França (PSB) deixou da campanha à reeleição de 2018. Luchetti alega que Márcio França não lhe pagou pelos serviços do segundo turno.

* Os deputados bolsonaristas que continuam no PSL estão em uma encalacrada. Como a “Aliança pelo Brasil” não sairá até abril, terão que se aninhar em outro partido, já que não terão espaço algum junto a Luciano Bivar.

* Comenta-se que podem ir para o Patriota, PRB ou Podemos. Mas o Podemos do senador Alvaro Dias não está nada disposto a tê-los apenas como ponte de passagem. O Podemos não quer servir de partido de aluguel.

* O deputado Luis Tibé (Avante-MG) propõe que a “rachadinha” dos salários de deputados e assessores seja oficializada para garantir mais recursos para as campanhas eleitorais em 2022. Cada um doaria 3% dos salários.

O partido do 3 oitão

Danilo Borges

A “Aliança pelo Brasil”, que Bolsonaro está criando, deseja ter o 38 como o número de identificação da sigla, mas o deputado Capitão Augusto (PL-SP), que está viabilizando o Partido Militar Brasileiro (PMB), também o deseja, exatamente por causa do calibre de uma das armas mais poderosas usadas pela polícia. Se Bolsonaro ficar com o 38, o capitão vai se contentar com o 64, ano do golpe militar.

Retrato falado

Guedes
Alan Santos/PR
“O presidente achou melhor dar um respiro parao Congresso”

O ministro Paulo Guedes jogou a toalha e não vai mais apresentar este ano o projeto de Reforma Administrativa ao Congresso, como desejava. Tudo porque Bolsonaro decidiu que não enviará uma nova reforma polêmica tão cedo ao Parlamento. Depois da Reforma da Previdência, o presidente entende que por este ano já chega de apresentar pautas “impopulares”. A Reforma Administrativa cortará uma série de privilégios dos servidores públicos e isso queimaria seu filme no funcionalismo.

Ricardo Salles na berlinda

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está na linha de tiro das entidades ambientalistas. Depois de ter sido acusado de negligência no combate aos incêndios florestais na Amazônia e às manchas de óleo no Nordeste, agora está sendo questionado na Justiça por suspeita de enriquecimento ilícito. O MP-SP apura se ele ficou rico à base de recursos públicos. A investigação foi pedida pelo promotor Ricardo Manoel Castro. Para investigar a origem de seu patrimônio, o desembargador Antonio Celso Aguiar Cortez, da 10ª Câmara de Direito Público, pediu a quebra de seus sigilos bancário e fiscal. O ministro diz nada temer. Seus bens aumentaram 335% em cinco anos.

Os bens

Em 2012, Salles declarou ter R$ 1,4 milhão – 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Em 2018, declarou possuir R$ 8,8 milhões -2 apartamentos de R$ 3 milhões cada e R$ 2,3 milhões em aplicações. Nesse período, foi secretário do Meio Ambiente do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Toma lá dá cá

Flavio Amary
Reprodução
Flavio Amary, secretário de habitação do estado de São Paulo

Em onze meses de governo, qual o balanço que o senhor faz da Secretaria da Habitação do Estado?
O governador Doria destinou R$ 1 bilhão para construirmos 60 mil unidades até o final de sua gestão. Já entregamos de 11.913 moradias e estamos construindo outras 44.111 unidades, com a união da iniciativa privada, estado e municípios.

Qual o significado disso?
A habitação é base da política social.
As famílias que hoje vivem em condições ultrajantes em favelas, áreas de risco ou palafitas têm que receber uma moradia digna.

O programa ajuda no combate ao desemprego também?
Com os programas habitacionais criamos nestes primeiros meses de governo Doria mais de 30 mil empregos diretos em nosso estado.

O rabino herói

WELLINGTON CERQUEIRA

O rabino Henry Sobel, morto na semana passada em Miami, foi exemplo de retidão para a comunidade judaica. Nos 40 anos em que morou em São Paulo destacou-se na luta contra a ditadura militar. Forçou os militares a reconhecerem que assassinaram o jornalista judeu Vladimir Herzog e não que ele havia se suicidado como queriam seus algozes.

Caridade

Não foi só isso. Sobel era o rabino que levava conforto a todos os membros da comunidade judaica paulista, além do plano espiritual.

Não deixava de visitar um único integrante da comunidade internado em hospitais, como o Albert Einstein. Quando alguém passava dificuldades, ele arrecadava fundos para auxiliar as famílias necessitadas. Generoso.

Um ataque aos direitos humanos

Mauricio Garcia de Souza

O deputado Frederico D’Ávila (PSL) é alvo de ataques de entidades de direitos humanos, Depois de propor que a Assembleia Legislativa de São Paulo homenageasse o ditador chileno Augusto Pinochet. por causa disso, não pararam de chegar protestos à Alesp, levando o presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), a cancelar o evento.

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