Suspenso pela Comissão de Ética do partido Novo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , criticou nesta sexta-feira o presidente da sigla, João Amoêdo, e o chamou de "dono do partido". Em entrevista ao "Programa Pânico", ao qual ele compareceu vestindo a camiseta laranja do Novo para mostrar "que é membro do Novo e defende as ideias do partido", Salles afirmou que o diretório nacional do partido é um "mero validador" dos desejos de Amoêdo e que a decisão por sua suspensão foi "monocrática" e "imperial".

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"Quem não reza a cartilha do Amoêdo , ele boicota. Você tem um presidente do partido que deixa a presidência para ser candidato, não se elege e volta para a presidência do partido, que vai querer ser candidato de novo, que tem um diretório nacional que é só composto por pessoas que são ligadas a ele e que fazem tudo o que ele quer. Ou seja, o diretório nacional é um mero validador daquilo que ele quer". declarou o ministro , que continuou: "Não gosto de fingimento, não gosto de falsidade".

Salles também rebateu a declaração da deputada Júlia Lucy (Novo-DF) de que ele "deveria ter solicitado seu afastamento do partido no momento em que foi chamado para o governo Bolsonaro". O ministro afirmou que o dispositivo partidário que dispõe sobre o afastamento do filiado enquanto ocupar cargo público sem relação com a legenda foi criado após a sua nomeação, "justamente por conveniência.

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"Tem ali uma esquerdização meio esquisita de algumas posições que são mero descontentamento pessoal. Estão forçando a barra para justificar a decisão monocrática e imperial que vem da direção do partido. Todo mundo que tem um pouco de opinião própria e brilho próprio vai sendo escanteado, porque ninguém pode brilhar mais que o sol — disse.

Para a suspensão do ministro do Meio Ambiente, o Novo alegou que o estatuto prevê que a medida pode ser tomada em caráter liminar, antes mesmo do fim da análise do processo interno, em caso de “risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação” da sigla. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira em e-mail enviado aos filiados.

A suspensão da filiação de Salles foi pedida em agosto por três integrantes da legenda no Rio: o deputado estadual Chicão Bulhões, o ex-candidato ao governo do Rio Marcelo Trindade e o ex-candidato a deputado federal Ricardo Rangel.

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“Anote-se que o ministro Ricardo Salles tem atuado com grande convicção na adoção de condutas divergentes com os programas do Partido Novo no tema ambiental, demitindo profissionais qualificados, desdenhando de dados científicos e revogando políticas públicas sem qualquer debate prévio, aprofundado e responsável, reduzindo a capacidade de interlocução do país com seus pares internacionais e atuando com absoluta irresponsabilidade. Isto, por si só, já constituiu violação dos princípios e valores do Partido Novo, que prega a atuação profissionalizada, e não politicamente motivada, dos agentes públicos”, diz a representação.

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