A negligência do Governo Federal em relação à contenção do óleo que está poluindo o litoral do Nordeste foi uma das justificativas usadas pelo deputado federal João Campos (PSB-PE) para a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara.
O assunto, que deveria ser tratado pelo poder executivo, agora pode passar a ter a tutela legislativa por meio da CPI do Vazamento de Óleo.
"O verdadeiro patriotismo é investigar a origem do óleo. O poder executivo é que tem a tarefa de cuidar dos brasileiros em uma situação como essa, mas, a partir de agora, é importante que a gente [na Câmara] garanta o bem-estar das pessoas e do meio ambiente’, comentou o deputado João Campos.
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Ao todo, 200 parlamentares assinaram o documento que foi protocolado na tarde desta quarta-feira (23) para investigar a origem da substância que está prejudicando o ambiente marinho e terrestre de todos os estados nordestinos.
Outra crítica feita pelo deputado João Campos é que até o momento, nenhuma explicação sólida foi dada sobre o que aconteceu ao longo de mais de 50 dias de aparições de óleo.
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“O parlamento brasileiro tem que participar e usar dos instrumentos necessários para defender o nosso território. Essa é a maior tragédia em extensão no nosso país e não temos justificativas sobre o que aconteceu”, disse.
Riscos para voluntários
A mobilização rendeu assinaturas de deputados de centro, direita e esquerda em um período de 24 horas. Os problemas no Plano Nacional de Contingência fizeram com que o parlamentar mobilizasse deputados de centro, direita e esquerda para gerenciar o caso por meio da Câmara em 24 horas para abrir a CPI do Vazamento do Óleo.
"Precisamos criar, dentro do parlamento brasileiro, um ambiente central para dar gerenciamento a esse caso que é o maior em extensão que o país já teve", explicou Campos.
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O contato direto de voluntários com os resíduos nas praias também é uma das preocupações da futura CPI. “A gente sabe que o povo nordestino tem sido gigante na coragem. O desapego da própria vida em uma tarefa que deveria ser executada pelo governo federal para defender o próprio sustento é admirável. Mas precisamos cuidar do meio ambiente e das pessoas”.
O deputado comentou, ainda, que é dever do poder executivo cuidar do atual cenário e dos desdobramentos, como a exposição de pessoas à materiais tóxicos durante a remoção. Mas também vai ficar a cabo da CPI do Vazamento de Óleo proposições resolutivas sobre o caso.